Um novo paradigma de educação começa a consolidar-se em Portugal. Há cada vez mais oferta de escolas que fogem ao “ensino tradicional” público ou privado. O JPN foi conhecer melhor dois exemplos.
Um exemplo com mais de 40 anos é a escola de ensino doméstico “Bando dos Gambozinos”. Suzana Ralha e Rui Pereira abriram-nos as portas da “casa-escola” na Rua de Francos, onde as crianças, tratadas carinhosamente por alcunhas como “borboleta” ou “crocodilo”, fazem uma hora de silêncio após o almoço. Esta “hora do eremita” serve para aprenderem a estar consigo mesmas e com os seus pensamentos e é só uma das muitas diferenças que esta “escola de cantar” tem em relação às escolas que todos conhecemos.
À beira-mar, em Leça da Palmeira, há um exemplo mais recente de uma comunidade de aprendizagem. Filipe Jeremias, impulsionador do Projeto ERES, mostra-nos como a participação dos alunos na organização do próprio currículo escolar transforma as crianças em pessoas responsáveis e interessadas. As matérias são abordadas através de projetos e workshops motivados pelos pais ou por quem queira ter a responsabilidade para assegurar a educação dos “aprendizes”.
Segundo o Movimento Educação Livre, o encarregado de educação ou o aluno, no caso de já ter mais de 18 anos, podem escolher qualquer uma das modalidades de ensino: doméstico (redefinido no Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, no Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de Novembro), o ensino individual, à distância ou articulado, e o tipo de escola a frequentar, que pode ser pública, privada, de ensino cooperativo, uma escola profissional, internacional ou mesmo uma comunidade de aprendizagem.