Depois da reunião desta manhã com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), a direção da escola informou que as portas só abrem na quarta-feira. Contrariamente, à previsão do Ministério da Educação desta manhã que apontava para segunda-feira. 300 alunos dos 7º e 8º anos de escolaridade serão transferidos para a Escola Básica Ramalho Ortigão, do mesmo agrupamento.

Segundo a Agência Lusa, Manuel Lima, diretor da Escola Secundária Alexandre Herculano, informou à saída do encontro que o estabelecimento sofrerá “pequenas intervenções” nos próximos dias. A solução para a degradação da escola será temporária e permitirá retomar as aulas pelo menos na quarta-feira: as turmas do 9º, 10º, 11º, 12º anos e o ensino noturno não vão precisar de mudar de instalações.

Já os alunos dos 7º e 8º anos vão passar a ter aulas na Escola Básica Ramalho Ortigão, pertencente ao mesmo agrupamento escolar que o liceu histórico. A nova morada destes estudantes fica a cerca de 800 metros da Alexandre Herculano.

O diretor afirmou ainda que a DGEstE comprometeu-se a concretizar a intervenção no edifício classificado até 2020, num investimento estimado em seis milhões de euros.

“Não vamos aceitar que os alunos desta escola sejam transferidos”

A chuva intensa que se fez sentir durante a madrugada de quinta-feira e depois de manhã foi suficiente para que a direção da Escola Secundária Alexandre Herculano fechasse as portas por tempo indeterminado. Os protestos dos alunos aumentaram depois de constatarem que em algumas salas de aula e corredores caía água e estavam com o chão e as paredes molhadas. A direção optou por fechar as portas esta quinta-feira.

Ao longo do dia, engenheiros da Direção-Geral de Educação (DGE) dirigiram-se ao liceu e visitaram o espaço para terem conhecimento da situação. Ao final da tarde, o Ministério da Educação tomou a decisão de encerrar as instalações até segunda-feira. No entanto, novas informações adiam a reabertura para quarta-feira.

Os encarregados de educação foram informados pela associação de pais, que revela no site do agrupamento, estar em “total concordância com a medida tomada [pela direção], partilhando as preocupações dos demais elementos da comunidade escolar”.

À TSF, Paula Nogueira, representante da associação de pais, afirma que os encarregados de educação estão contra a possível transferência dos alunos para outras escolas. “Temos de exigir a data de início das obras. Não vamos aceitar que os alunos desta escola sejam transferidos. Portugal não é só Lisboa. Isto é inaceitável, estamos no centro do Porto. Já esperamos tempo demais”, acrescenta.

Há vários anos que o liceu histórico tem reivindicado obras de requalificação devido ao estado de degradação do espaço. O Ministério revela ainda que “continuará o trabalho de concertação com a Câmara Municipal do Porto para que a requalificação da Escola Secundária Alexandre Herculano, necessária há mais de uma década, seja uma realidade”.

A Câmara Municipal do Porto manifestou esta quinta-feira estar aberta a negociações, mas lembra que as obras “estão nas mãos do Estado central”.

Artigo atualizado no dia 27/1/2017 às 16:26 com a informação de reabertura e o número de transferência dos alunos