A rede do Metro do Porto vai ter duas novas ligações, uma de São Bento à Casa da Música (via Praça da Galiza) no Porto e de Santo Ovídio a Vila D’Este em Gaia. A decisão foi comunicada esta terça-feira no Porto, pelo Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e pelo presidente do Conselho de Administração do Metro do Porto, Jorge Delgado. Esta ampliação permitirá captar mais de 30 mil novos clientes nestas áreas urbanas.

No caso do Porto, a nova Linha Rosa vai ter 2,5 quilómetros de extensão totalmente subterrâneos (ver infografia) e vai ligar São Bento à Casa da Música com estações no Hospital de Santo António e na Praça da Galiza. Estão previstas ligações pedonais diretas até às atuais estações da Casa da Música e de São Bento já existentes, servindo uma zona da cidade desprovida de metro e muito fustigada pelo trânsito automóvel. O investimento está fixado nos 181 milhões de euros.

Em Gaia, a já existente Linha Amarela ganha 3,2 quilómetros e alarga-se de Santo Ovídio até Vila D’Este, com duas estações pelo meio: Manuel Leão e o Hospital Santos Silva. O troço inicial é feito num viaduto com cerca de 600 metros, seguido de um túnel com cerca de 800 metros. A paragem de Manuel Leão vai ser subterrânea, e o resto do percurso feito à superfície. O investimento é de 108 milhões de euros.

O tempo estimado para a construção das linhas é de três anos. Antes disso, vão ser desenvolvidos os projetos para cada uma delas e submetidos a estudos de impacto ambiental. Jorge Delgado adiantou ainda que o concurso público para a construção será aberto entre maio e junho de 2018, e que a obra estará já adjudicada em dezembro do mesmo ano.

Densidade populacional foi decisiva

Os critérios determinantes para a expansão no Porto e em Gaia foram frisados pelos presidentes das respetivas câmaras municipais, Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues, e por Jorge Delgado. São eles a cobertura de duas zonas-chave devido à sua elevada densidade populacional, 0 ordenamento territorial e a mobilidade urbana e ainda a eficiência na utilização de recursos e sustentabilidade económica e ambiental.

De fora desta fase de expansão ficaram algumas alternativas estudadas. Entre elas estão a construção da linha ISMAI-Trofa, a extensão da Linha Laranja até ao centro de Gondomar e a ligação da Senhora da Hora ao Hospital de São João, através de São Mamede de Infesta.

Esta segunda fase da expansão da rede do Metro do Porto tinha sido adiada pelo Governo em 2011. No ano passado, o atual Executivo disponibilizou 500 milhões de euros para a expansão das redes de metro do Porto e de Lisboa. Os cerca de 290 milhões atribuídos à cidade Invicta vão ser agora canalizados para a construção destas duas linhas em dois dos maiores centros populacionais do país: as cidades do Porto e de Gaia.