Foram apresentados pelo comediante James Corden, os mais prestigiados prémios da indústria musical, atribuídos este domingo no Staples Center em Los Angeles. A cerimónia arrancou com a atuação da cantora britânica Adele que estreou a 59ª cerimónia da entrega dos Grammy Awards com o seu hit ‘”Hello”, do álbum ”25”. A cantora arrecadou os cinco Grammys nos quais estava nomeada. As críticas e preocupações face ao presidente eleito, Donald Trump, não faltaram.
Já Jennifer Lopez, apresentou o primeiro prémio da noite para o melhor artista revelação, atribuído a Chance the Rapper. Logo de início, foi notório no discurso dos vários artistas que subiram a palco para anunciar categorias ou atuar, algum amargo relativamente ao novo presidente eleito, Donald Trump. A ideia de que são esperados tempos difíceis foi transmitida, assim como a necessidade crescente dos artistas se unirem e usarem a sua voz.
Disco do Ano:
Adele – “25”
Beyoncé – “Lemonade”
Drake – “Views”
Justin Bieber – “Purpose”
Sturgill Simpson – “A Sailor’s Guide to Earth”
Música do Ano:
Beyoncé – “Formation”
Adele – “Hello”
Mike Posner – “I Took a Pill in Ibiza”
Justin Bieber – “Love Yourself”
Lukas Graham – “7 Years”
Gravação do Ano:
Adele – “Hello”
Beyonce – “Formation”
Rihanna – “Work”
Twenty-One Pilots – “Stressed Out”
Lukas Graham – “7 years”
Revelação:
Anderson Paak
Chance the Rapper
Maren Morris
The Chainsmokers
Kelsea Ballerini
Seguiu-se o fumo branco que anunciou a entrada em palco do artista canadiense The Weeknd que, juntamente com a dupla Daft Punk, concretizaram o primeiro dueto da noite. Foi criado um ambiente futurista, onde não faltaram os singles ”I Feel it Coming” e ”Starboy”.
Quando foi anunciada a vitória de melhor dueto pop a Twenty One Pilots pelo single ”Stressed Out”, os dois elementos da banda despiram as calças antes de subir ao palco, voltando a reforçar a ideia de liberdade que deve reinar na indústria musical. Para amenizar os ânimos, o cantor britânico Ed Sheeran subiu a palco com o tema ”Shape of You” em versão acústica, na qual utilizou, a solo, vários instrumentos.
O prémio de melhor música rock e de melhor performance rock viria de seguida, atribuído a David Bowie, de maneira póstuma, pelo seu single ”Blackstar”.
Antes de se dar início a um dos momentos mais aguardados da noite, Lukas Graham e Kelsea Ballerini cantam o hit ”7 Years Old” numa atuação simples e emocionante.
Nem a mãe de Beyoncé faltou aos Grammys. Tina Knowles leu um discurso orgulhoso acerca das filhas — o ponto de partida para uma das mais emblemáticas e intensas atuações da noite. Beyoncé trouxe um espetáculo visual onde exaltou o ritual da gravidez e das gerações e em que vincou o papel importante de ser mãe.
O figurino ilustrou uma figura divina, repleto de elementos semióticos e mensagens subliminares, enquanto cantava dois temas do álbum ”Lemonade”: ”Love Drought” e ”Sandcastles”. Mesmo sendo um dos álbuns mais nomeados, Adele conquistou todos os prémios com o álbum ”25”, tirando lugar a todas as premiações a ”Lemonade”.
Com um estilo descontraído, num palco em formato prismático, Bruno Mars atuou o mais recente hit ”24K Magic”, seguindo-se a atuação de Alicia Keys e Maren Morris com o tema ”Once”.
Katy Perry escolheu os Grammy para a primeira performance da música “Chained to the Rhythm”, com Skip Marley, neto de Bob Marley. Com um visual diferente, a cantora atuou em cima de uma estrutura composta por vários retângulos que simulavam uma casa.
Algumas falhas técnicas marcaram os Grammy
Os tributos a artistas foram vários. O mais polémico de todos foi o que Adele protagonizou. A meio da atuação de ”Fast Love” de George Michael, a cantora decide parar e voltar ao início da música porque estava fora de tom. Foi também prestada homenagem aos Bee Gees por Demi Lovato, Tori Kelly, Andra e Little Big Town, que cantaram os maiores sucessos do grupo, como é o caso de ”Staying Alive” e ”How Deep is your Love”. Por fim, Bruno Mars voltou a cena e fez uma das atuações mais enérgicas da noite, encarnando a alma de Prince num medley de temas tais como ”Jungle Love”, ”The Bird” e ”Let’s Go Crazy”.
O momento mais rock da noite aconteceu quando Lady Gaga e os Metallica se uniram para interpretar o tema ”Moth into Flames” do mais recente álbum da banda “Hardwired to self-destruct”. Como o próprio tema sugere, o palco encheu-se de chamas e de várias guitarras que entoaram sons de puro rock. No entanto, mais um lapso técnico ocorre nesta performance, o microfone do vocalista da banda, James Hetfield, estava desligado. Perante esta falha, o vocalista da banda teve de partilhar o microfone com a cantora, aproximando o rosto para conseguir cantar.
Os três e últimos prémios mais importantes da noite foram para Adele. Na reta final, com um discurso emocionado de Céline Dion ao lembrar o seu marido, René Angélil, entregou o prémio de melhor música do ano a Adele por ”Hello” — também galardoado com gravação do ano. Minutos depois, o prémio de álbum do ano foi entregue a Adele pelo álbum ”25”, conquistando todos os prémios a que estava nomeada. A cantora partiu o prémio e dividiu-o (literalmente) com Beyoncé. Não sem antes lhe dedicar algumas palavras: “O álbum «Lemonade» é tão monumental, tão bem pensado, tão bonito e tão próximo à alma, e conseguimos ver um outro lado teu que nem sempre nos deixas ver e apreciamos isso”, disse.
A 59ª edição dos Grammys teve música, política e muitas peripécias nas atuações.
Texto editado por Rita Neves Costa