Jorge Moreno, administrador da Metro do Porto, foi à reunião camarária desta terça-feira para explicar o projeto de expansão que engloba a nova linha de São Bento à Casa da Música e o alargamento da linha de Santo Ovídio a Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia. Para Pedro Carvalho, vereador da CDU, estas novas linhas “sabem a pouco”. Mas a administração da Metro do Porto defende que a solução encontrada é a exequível com o orçamento de 290 milhões de euros concedidos pela tutela. Considera ainda que a opção tomada “abre caminho” para futuros investimentos. A linha G, que ligará parte da zona oriental da cidade do Porto, é um primeiro troço de uma possível circular. Rui Moreira concorda: “É possível ir mais além”.
O vereador do Urbanismo, Manuel Correia Fernandes, chamou a atenção para alguns problemas com os quais a obra se pode deparar, nomeadamente com as águas ao nível subterrâneo. “Não há um estudo de detalhe das águas”, fez saber outro elemento da Metro do Porto presente na reunião.
Ricardo Almeida, do PSD, questionou o executivo sobre a possibilidade de serem equacionadas outras formas de financiamento da expansão da rede de metro, que não passassem unicamente pelo Erário Público, mas não encontrou apoio nas restantes bancadas. Alguns vereadores manifestaram também preocupação quanto ao estacionamento nas áreas abrangidas pela linha.
Novos comerciantes só no novo Bolhão
Já na discussão da ordem do dia, o futuro do Mercado do Bolhão dominou a maior parte das intervenções. A proposta desenhada pela autarquia foi aprovada com os votos de todos os vereadores, com a abstenção da CDU.
Rui Moreira classificou os comerciantes que vão deixar o mercado como “resistentes”, considerando por isso que é “justa” a indemnização que vão receber.
O vereador da CDU expressou preocupações acerca de uma possível abundância de cafés no novo Bolhão. Cátia Meirinhos, do Gabinete do Mercado do Bolhão, que serviu de interlocutor com os comerciantes e que esteve presente na reunião desta terça-feira, garantiu que há um número limite para cada tipo de estabelecimento a abrir naquele espaço.
A arquiteta garantiu, em resposta, que o número de cafés não será “significativo”, e assegurou a ideia há muito passada pela câmara: o Bolhão vai continuar a ser um mercado de frescos e não há risco de descaracterização.
Manuel Pizarro, vereador do PS, elogiou a decisão da câmara de permitir que os comerciantes se mantenham mudando o tipo de negócio. O facto garantirá maior espaço de manobra aos comerciantes e evitará um maior número de desistências. Sobre todo o processo, Pizarro salientou que “os que ficam e os que saem (do Bolhão) são tratados com muita dignidade”.
A representante do Gabinete do Mercado do Bolhão esclareceu ainda que os novos comerciantes só iniciam atividade nas novas instalações e que ainda existem bancas vazias que podem ser preenchidas.