É já a 18ª edição do Correntes d’Escritas. Há 30 novos convidados, num programa que inclui participantes de 13 nacionalidades. São conferências, debates, lançamentos de livros e exposições, num dos maiores festivais literários do país. O evento decorre de 21 a 25 de fevereiro.

A principal novidade do programa deste ano é o d’Escritas 1 dia. Quatro grupos de quatro artistas vão estar espalhados pela cidade a trabalhar num “texto de temática poveira” ao longo de cada dia do certame. Destaque também para o “Estúdio de Luz Natural”, com Alfredo Cunha a fotografar convidados e autores que passarem pelo evento. Há ainda uma instalação arquitetónica da autoria do estúdio FAHR 021.3.

A revista desta edição é dedicada a Eugénio Lisboa, escritor e crítico literário. O Correntes desperta esta terça-feira fora do quartel-general com “Três vozes transeuntes pelas ruas da poesia” a percorrerem a Póvoa.

A sessão oficial de abertura é só quarta-feira, dia 22, às 12h00, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e o anúncio dos vencedores dos prémios literários. A conferência de abertura fica a cargo de Francisco Pinto Balsemão, às 15h00, e é subordinada ao tema “Os media (ainda) são necessários?”

As várias mesas de discussão vão partir de frases das obras finalistas do Prémio Literário Casino da Póvoa. Na quinta-feira, há três mesas, entre elas “devo ter cuidado com as palavras” que conta com a presença do escritor venezuelano Alberto Barrera Tyszka. No dia seguinte, também há três painéis, bem como uma conversa com os escritores Ignácio de Loyola Brandão e José Carlos Vasconcelos. O destaque de sábado vai para a apresentação do livro de Sérgio Godinho, “Coração mais que perfeito”. O evento encerra às 18h30, com a entrega dos prémios literários.

Entre os participantes desta edição das Correntes d’Escritas estão Afonso Cruz, António Mota, Gonçalo M. Tavares, Sérgio Godinho, Valter Hugo Mãe e Ondjaki.

Proximidade e uma política de “semear para colher”

São já 18 anos de Correntes d’Escritas. Luís Diamantino, vereador da Cultura da câmara da Póvoa de Varzim, defende a importância de uma “rede de acontecimentos ligada ao mundo literário” e realça que todos os eventos têm algo de diferente. Diz que, por serem o primeiro evento do ano na área, as Correntes abrem a época literária em Portugal.

Fala, também, de um clima de “proximidade” que continua a destacar as Correntes d’Escritas em relação a outros acontecimentos literários que foram surgindo. Realça que a cumplicidade que se cria entre todos os participantes não seria possível numa grande cidade e que funciona na Póvoa pela dimensão que tem.

O vereador da Cultura destaca, ainda, uma política de “semear para colher”. Grande parte do público é jovem e isso é fruto de um trabalho desenvolvido ao longo de muitos anos, refere o responsável apontando por exemplo para a aposta no contacto com autores nas escolas do concelho. A edição deste ano também vai pôr alguns escritores a visitar os alunos da Póvoa.

As Correntes d’Escritas são uma parceria entre a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e a Porto Editora. O centro do programa continua a ser o Cine-Teatro Garret, mas a organização salienta o objetivo de reforçar uma “veia comercial” do evento, com a já habitual feira do livro e uma aposta no comércio tradicional.

Artigo editado por Filipa Silva