Dois mil e dezassete é ano de universíadas, uma das maiores competições desportivas internacionais, que já contou com grandes nomes do desporto português, como Nélson Évora, Fernando Pimenta, Sara Moreira ou Jéssica Augusto.

O evento é organizado pela Federação Internacional do Desporto Universitário (FISU) e este ano tem lugar em Taipé. Portugal já arrecadou mais de 30 medalhas nesta competição – a primeira participação data de 1955 -, entre elas um histórico ouro no andebol, em 2015. Nessa última edição das universíadas, em Gwangju, na Coreia do Sul, Portugal levou ainda o bronze na ginástica acrobática por Filipa Martins, a promissora ginasta, estudante na Universidade do Porto, que foi também a mais jovem atleta portuguesa a participar nos Jogos Olímpicos de 2016.

Ainda houve lugar a duas medalhas de prata, ambas conquistadas no taekwondo (ver infografia). No total, viajaram para o Oriente 46 atletas de 10 modalidades.

Para Taipé, ainda não existem nomes confirmados, mas Daniel Monteiro, presidente da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), diz ter ambição para o evento.

O responsável fala de um “grande palco do desporto universitário internacional” e da vontade de “preparar a missão de forma a dar as melhores condições possíveis para que os atletas possam chegar a Taipé da melhor forma possível”.

A missão deste evento desportivo vai ser chefiada por Susana Feitor, atleta olímpica, medalhada na marcha, que pelas palavras de Daniel Monteiro “conhece bem a realidade, está por dentro das questões necessárias da preparação desta missão e é também uma inspiração para os mais jovens”.

Neste momento, a FADU, em conjunto com o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), encontra-se a reunir com as associações desportivas e a “preparar e aferir a elegibilidade dos atletas, a definir os critérios de seleção com as equipas técnicas nacionais”, confirma Daniel Monteiro ao JPN.

O presidente da FADU considera a relação com o IPDJ como “estreita, de compromisso”, apesar da crise que o país atravessa, que “não tem permitido um investimento significativo no fenómeno desportivo”. São estas duas instituições que vão estabelecer os objetivos e metas no que toca a resultados desportivos.

O Campeonato do Mundo de Atletismo, que é realizado em Londres, vai anteceder as universíadas alguns dias, mas Daniel Monteiro acredita que isso não irá condicionar a participação de atletas: “Alguns atletas até poderão, eventualmente, sair desse campeonato do mundo e seguir diretamente para a universíada. São duas competições perfeitamente conciliáveis e compatíveis”.

As regras quanto à faixa etária dos participantes sofreram algumas alterações, as quais só vão ser aplicadas nas Universíadas de Nápoles, em 2019, sendo que os limites entre os 18 e 27 anos passam para 17 e 25, respetivamente. Esta mudança é considerada por Daniel Monteiro como um “virar o desporto universitário para um público mais jovem, virá-lo para jovens atletas que, não sendo atletas de topo mundial, estarão nessa antecâmara”, e assim potenciar “o seu próprio desenvolvimento desportivo”.

No capítulo das medalhas, as representações portuguesas têm conseguido resultados positivos, destacando-se de todas as edições a de 2009, ocorrida em Belgrado, na qual os atletas alcançaram cinco medalhas, duas de bronze e três de ouro. A nível individual, destaca-se Sara Moreira, com três medalhas em duas edições – duas de ouro e uma de prata -, seguida de perto por diversos atletas medalhados duas vezes, como Nélson Évora, Alexandre Yokochi e Fernando Pimenta, entre muitos outros.

Uma das maiores competições desportivas internacionais

Considerado o maior evento multidesportivo do Mundo depois dos Jogos Olímpicos, as universíadas ocorrem a cada dois anos, têm edição de verão e de inverno, e pretendem levar jovens estudantes do ensino superior a participar num evento de alta competição.

Segundo a Federação Internacional do Desporto Universitário, as universíadas significam um compromisso não só com os atletas em competição, mas também com a cidade que os recebe, investindo na “cultura, revitalização urbana e participação pública”.

Taipé é a cidade eleita para receber esta 29ª edição. A prova vai estar dispersa por 79 locais – 38 de competição e 41 de treino. Atletismo, esgrima, futebol, ginástica, judo e voleibol são algumas das 14 modalidades obrigatórias no programa, mas também vamos poder ver badminton, beisebol ou golfe, selecionados pela organização da lista de desportos opcionais.

As universíadas vão acontecer entre 19 e 30 de agosto e já existem datas provisórias para as competições no site oficial da FISU.  A cerimónia de abertura e encerramento será realizada no Estádio de Taipé, a norte de Tawain.

Artigo editado por Filipa Silva