Qualidade, quantidade e diversidade cultural e educativa em literatura. São estes os critérios gerais que o Porto tem de preencher para que o estatuto de Cidade da Literatura lhe seja atribuído.

O Porto é uma cidade rica em bibliotecas, livrarias e centros culturais assim como em festivais e encontros literários. A Livraria Lello  considera que a Invicta tem as condições necessárias para integrar a Rede de Cidades Criativas da UNESCO, enquanto Cidade Literária. Por isso, vai levar o tópico a debate no âmbito da segunda sessão das Conversas Livraria Lello, que têm lugar nos Armazéns do Castelo, no Porto, esta sexta-feira (17h00).

A sessão conta com diversos oradores estrangeiros: Vineet Lal (VisitScotland), Lois Wolfe (National Library of Scotland) e Nathan Loceff (livraria Shakespeare & Company). Marcam ainda presença a ex-ministra da Cultura Isabel Pires de Lima, Celeste Afonso, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Óbidos, para um debate que será moderado por David Pontes.

Além da possível candidatura da cidade do Porto, vão discutir-se temas como a tradução e a exportação da literatura portuguesa; o Porto das tertúlias e dos cafés, as novas formas de expressão da literatura portuense; e ainda que políticas culturais podem servir a cidade dos livros.

Autarquia demarca-se da iniciativa

Poucas horas depois de ser conhecida a intenção da Livraria Lello, a Câmara Municipal do Porto emitiu um comunicado no qual se mostrou “supreendida” pela nota de imprensa da Lello. A autarquia frisou que “a sua marca registada ‘Porto.'” não era parceira das referidas conferências da Lello e acrescentou que “o Município não tem qualquer intenção ou projeto em curso com vista a qualquer candidatura à UNESCO”.

Confrontada com a posição da autarquia, a Lello esclarece que o projeto é da livraria mas que se encontra aberta e interessada no envolvimento da câmara.

A autarquia não é referida na nota da Lello como estando envolvida na pretendida candidatura, mas está referenciada como parceira das conferências, tal como aliás aconteceu na primeira edição do evento em janeiro, facto à altura não contestado pela edilidade.

O JPN contactou a Câmara do Porto que não quis acrescentar mais nada ao comunicado que fez chegar às redações.

A Rede de Cidades Criativas da UNESCO tem 116 cidades-membros, de 54 países. São sete as áreas contempladas: Artesanato e Arte Popular, Design, Cinema, Gastronomia, Literatura, Música e “Media Arts”. Já duas cidades portuguesas fazem parte desta rede:  Óbidos (Literatura) e Idanha-a-Nova (Música).

Artigo editado por Filipa Silva