Fomentar o uso dos parques de estacionamento municipais por residentes e comerciantes e oferecer novas vantagens a esses públicos. Este é o principal objetivo dos novos preços dos parques de estacionamentos municipais da Invicta aprovados na reunião de câmara desta quarta-feira.
A Câmara Municipal do Porto (CMP) pretende libertar a via pública para rotação e estacionamento ocasional, promover o uso de meios elétricos e suaves e equilibrar a oferta e a procura no estacionamento de rotação.
A alteração ao Código Regulamentar do Município do Porto, nomeadamente, normas relativas aos parques de estacionamento na cidade do Porto, foi aprovada por unanimidade.
De acordo com as alterações, os motociclos, ciclomotores e bicicletas têm entrada e permanência gratuita em qualquer um dos parques e vai ser criada uma nova avença que reduz em 15% o preço pago pelos carros elétricos. Os comerciantes vão ter possibilidade de ter um regime de pagamento em avença e os moradores vão pagar 30 euros de avença, ambas as situações em qualquer um dos parques municipais.
Veja o que mudou e o que se mantém clicando nos marcadores do mapa
[wpgmza id=”10″]Durante a reunião de câmara, o vereador da CDU na CMP, Pedro Carvalho, apresentou uma proposta no sentido de serem estudadas as melhores localizações para a instalação de novos parques dissuasores. O vereador referiu que os parques de estacionamento existentes são poucos face às necessidades da Invicta.
Estes parques teriam como objetivo manter os carros fora da zona centro da cidade ou diminuir a extensão dos percursos que fazem, evitar congestionamentos, levar à maior utilização de transporte públicos e reduzir as emissões poluentes.
A falta de parques de estacionamento nos limites da cidade “tem provocado graves problemas de estacionamento nas zonas mais centrais da cidade, que consequentemente passaram a ser tarifadas, o que nem sempre resolve, por si só, o problema”, considera a CDU.
A proposta, adiantada na segunda-feira pela Agência Lusa, refere ainda que “a maioria dos cidadãos utiliza o seu veículo particular por ausência de um sistema de transportes públicos de qualidade” e pela “inexistência de estacionamento gratuito nos limites da cidade”. Desta forma, o partido sublinhou a pertinência de se apostar numa “rede de transporte público eficiente” e tornar o estacionamento grátis ou com “preço extremamente controlado” para quem possui um título de transporte válido, sem que tal correspondesse a um aumento de custos para os que usufruem do serviço.
A vereadora da Mobilidade da CMP, Cristina Pimental, referiu que o estudo proposto pelo vereador Pedro Carvalho já foi feito, fazendo referência aos planos PEDU e PAMUS. “Já foram apresentadas medidas no valor de 643 mil euros para a construção de mais dois parques de estacionamento em regime de parque anual”, referiu a vereadora.
Cristina Pimental indicou ainda o exemplo do parque de estacionamento do Estádio do Dragão, em que “o custo de estacionamento por 12 horas é de 95 cêntimos, desde que se utilize o transporte público, ou seja, desde que se tenha um cartão de assinatura mensal que custa 17 euros.” A vereadora da Mobilidade sublinhou que não considera viável oferecer mais estacionamento neste regime e que as soluções têm de ser encontradas em colaboração com os municípios vizinhos. “Penso que esta estratégia está montada e está feita”, afirmou Catarina Pimental.
Rui Moreira, presidente da CMP, explicou que existem parques concessionados cuja concessão vai acabar em breve e que cabe ao próximo executivo tomar as decisões. Mas o presidente alertou para o facto de, antes de se começar a construir, se considerarem os parques que existem.
Em declarações aos jornalistas, à margem da reunião de câmara, o autarca comentou as novas condições oferecidas aos comerciantes: “Não estamos propriamente a equiparar a moradores, mas estamos a criar aqui uma vantagem competitiva de pessoas que, de facto, não tinham onde parar o carro e, portanto, tinham de pagar [uma tarifa mais elevada]”, explicou Rui Moreira.
O presidente da CMP alertou que interessa aos comerciantes ter rotação na rua, ”o que não lhe interessa é pagar o estacionamento do seu próprio carro ou do seu funcionário”, acrescentou.
Artigo editado por Filipa Silva