O relatório divulgado esta quinta-feira pela Europol aponta para um crescimento do número de grupos criminosos na Europa.

As organizações deste tipo já superam as 5 mil, e embora sendo o tráfico de pessoas e o cibercrime áreas que se destacam, o crime dominante continua a ser o tráfico de droga, prática a que 65% das grupos criminosos juntam o tráfico de pessoas, nomeadamente de imigrantes, entre outros. O tráfico humano é classificado pelo relatório da Europol como “uma das atividades mais generalizadas e rentáveis para a criminalidade organizada dentro da União Europeia”.

Segundo a agência europeia, o número de suspeitos envolvidos no tráfico de pessoas cresceu acentuadamente: à volta de 17.500 indivíduos em 2016. Em comparação com os números de 2013, o número de gangues sofreu um aumento de 28%.

Para Rob Wainright, diretor da Europol, o aumento “é principalmente um reflexo de um quadro de vigilância melhorado. É também uma indicação de mudanças nos mercados criminosos com o surgimento de grupos menores e com o aparecimento de indivíduos que embarcam em atividades ilícitas a título individual, especialmente aquelas que ocorrem online”, acrescentou o diretor.

O aumento tem origem, em grande parte, no cibercrime, que assume uma preponderância assinalável, dado que a Internet, ou mais concretamente a darknet, se tem tornado numa espécie de porta de entrada para o mundo do crime, de acordo com a Europol.

darknet pode ser acedida com recurso a diversos mecanismos como o I2P (Internet Invisible Project), Freenet ou o mais conhecido The Onion Router (TOR).

Este último é dos mais utilizados pois, para além de permitir o acesso à darknet, preserva o anonimato dos que utilizam o browser para fins criminosos, cada vez mais utilizado como meio de contactar e distribuir drogas ou armas. Os avanços tecnológicos ao dispor do crime não se resumem à Internet, também se estendem a vários tipos de inovação técnica, destacando-se a utilização de drones e os avanços em termos de logística automatizada.

Artigo editado por Filipa Silva