Em jogo inaugural da 26ª jornada da Liga, o Boavista empatou contra o Estoril, esta sexta-feira, sem golos. No Estádio António Coimbra da Mota, apesar da equipa da Amoreira ter tido mais oportunidades, nenhuma das equipas foi capaz de alterar o marcador, que se manteve intacto do início ao fim do jogo.
Os axadrezados não foram capazes de dar continuidade à excelente exibição conseguida na semana passada frente ao Marítimo (levou de vencida o adversário por 3-0), ao passo que os canarinhos somaram o segundo empate consecutivo desde que Pedro Emanuel assumiu o comando da equipa.
Confiante por causa dos frutos que a sua equipa lhe trouxe há uma semana atrás, no Estádio do Bessa, Miguel Leal repetiu o onze. Já do lado da equipa de Pedro Emanuel, em relação ao jogo frente ao Vitória de Guimarães, saíram Oumar Diakhité, Gonçalo Brandão, Joel Ferreira, Mattheus Oliveira e Licá e entraram Dankler Pedreira, João Afonso, Ailton Silva, Eduardo Teixeira e Allano Lima.
Falta de inspiração das equipas justificou o nulo
Foi uma primeira parte muito faltosa, de marcações muito cerradas e parca em oportunidades, aquela que se verificou na Amoreira. Neste período, o Estoril conseguiu fixar-se mais tempo no campo do adversário, fruto da pressão alta que fez. No entanto, a estratégia montada por Miguel Leal impedia que os canarinhos tivessem espaços suficientes para visar a baliza adversária.
Apesar de uma maior consistência futebolística por parte da equipa da casa, as duas grandes oportunidades da primeira parte pertenceram aos axadrezados. Aos 20 minutos, Anderson Carvalho rematou do meio da rua e obriga o guarda-redes do Estoril, Moreira, a afastar para canto. Já no minuto 36’, Renato Santos rematou ao ferro, com a bola a sofrer, pelo meio, um desvio nas pernas de Philipe Sampaio.
Na segunda parte, apesar do comportamento das duas equipas não se ter alterado, com um Estoril novamente a instalar-se no meio campo do adversário e um Boavista a insistir nas transições rápidas, o que mudou foi o número de oportunidades.
Durante a segunda parte, o Estoril esteve sempre mais perto de inaugurar o marcador. Exemplo disso foi o minuto 57’, em que se chegou mesmo a gritar golo. Allano, na sequência de um canto desvia a bola, que acaba por passar muito perto do poste.
Poucos minutos mais tarde, aos 61’, a baliza do Boavista volta a ser ameaçada. Através de um livre, Eduardo aplicou um remate que faz a bola passar muito perto da trave, da baliza de Vagner.
Já no minuto 79’, nova investida da equipa canarinha, mas desta vez protagonizada pelo avançado Kléber. O cruzamento foi de Tocantis e o brasileiro, em zona de finalização, rematou ao lado. O Boavista ia revelando pouca capacidade de resposta, face às investidas do adversário.
Foi apenas nos instantes finais, a 5 minutos dos 90’, que o jogo começou a ficar mais partido. No entanto, mesmo nesta fase em que o golo podia ter caído para qualquer um dos lados, a maior oportunidade pertenceu de novo aos estorilistas. Tocantins, aos 87 minutos, foi perdulário e acabou por falhar uma oportunidade na cara do guarda-redes do Boavista, Vagner.
Com este resultado, o Boavista FC passa do nono para o oitavo lugar, mas poderá ser ultrapassado até ao final desta jornada pelo Chaves ou Belenenses. Já o Estoril, apesar do ponto adquirido, manteve-se no 15º posto. Contudo, pode vir a ser ultrapassado até ao final da jornada pelo Moreirense.
“Hoje fomos uma pantera adormecida”
Miguel Leal, em conferência de imprensa, admitiu que a sua equipa não esteve ao melhor nível. “Foi uma pantera adormecida. Começamos mal o jogo, depois começamos a jogar aquilo que nos é habitual fazer, criámos algumas oportunidades, crescemos, mas na segunda parte não tivemos ao nosso nível.”
O treinador do Boavista falou, também, do que correu mal. “Falhámos na agressividade, a criar, na superioridade na luta pela bola e principalmente falhávamos quando recuperávamos a bola, perdemo-la logo a seguir”, analisou.
“Foi o primeiro jogo em catorze jogos em que não sofremos golos”
O novo treinador do Estoril deixou elogios aos seus jogadores na conferência de imprensa, no entanto, salientou que não se podem falhar tantas oportunidades. “Se temos dez remates dentro da área temos de fazer golo. De realçar a disponibilidade dos jogadores, a sua concentração e foco. Foi o primeiro jogo em 14 em que não sofremos golos, também é um prémio.”
Ainda assim, Pedro Emanuel manifestou-se satisfeito com o resultado e, sobretudo, com a exibição conseguida na segunda parte: “Mérito aos jogadores pela dedicação ao jogo. A segunda parte só não foi perfeita porque não conseguimos concretizar.”
De resto, Pedro Emanuel falou, ainda, da importância dos próximos jogos. “Temos sete finais e esses são exatamente iguais. Cada jogo é importante, cada jogo podemos somar um ou três pontos e subir na classificação”, concluiu.
Artigo editado por Filipa Silva