Os desfiles começaram às 14h30, com a apresentação de Olimpia David e da marca Amorphous, criada por Carla Alves. Seguiram-se os desfiles de Nycole, Eduardo Amorim, Maria Kobrock, Beatriz Bettencourt, Mariana Almeida e Pedro Neto. David Catalán, Sara Maia e Inês Torcato foram os protagonistas dos desfiles da noite. Os “bloomers” – nome pelo qual os jovens criadores já são apelidados – voltaram a marcar presença no Portugal Fashion.
Nesta edição, o evento de moda optou por dar ao espaço Bloom uma maior relevância no programa e, pela segunda vez consecutiva, dedicou um dia e local exclusivos para a plataforma de jovens criadores. Criado em outubro de 2010, o Bloom tem vindo a crescer e a renovar o panorama da moda nacional. Desde a 27ª edição, já deu a conhecer ao público o trabalho de 39 jovens designers e de seis marcas de novos criadores.
Pedro Neto destaca a importância do espaço Bloom para a sua carreira ao “nível da imprensa e de vários contactos”. Para o jovem criador, o facto de a coleção ser apresentada a uma quinta-feira é indiferente. “Obviamente que poderia encher mais se fosse ao fim-de-semana, mas eram pessoas apenas curiosas em ver como funciona e apenas um entretenimento, não como compradores”, disse. O designer sabe que “a imprensa vai lá estar”, assim como os buyers (clientes).
David Catalán, espanhol, estudou em Portugal no âmbito do projeto Erasmus e ficou encantado. Decidiu ficar, mas confessa que é uma “loucura às vezes”.
O jovem criador considera que a “criação está apropriada para esta passerelle [espaço Bloom]”, mas reconhece que teria maior visibilidade se fosse apresentada no “palco” principal. Para Catalán, o apoio do Portugal Fashion foi fundamental. “Emprestaram-nos o espaço, os manequins, o cabeleireiro”, disse o designer.
“A passerelle principal é onde nós queremos todos chegar”
Já Sara Maia reconhece que “o espaço Bloom é a plataforma de lançamento para qualquer jovem criador em Portugal”. Aliás, acredita mesmo que se o Portugal Fashion não existisse, seria impossível apresentar a sua coleção. Para a designer, uma das principais vantagens do projeto Bloom é o renome que lhe dá. A estilista admite que “a passerelle principal é onde nós queremos todos chegar, por isso é que nós começamos aqui”.
Inês Torcato apresentou o último desfile do dia e acredita que o espaço Bloom é “uma das maiores montras de Portugal”. A estilista, que ficou em segundo lugar no Concurso Bloom em março do ano passado, não vê qualquer inconveniente no facto de a sua coleção ser apresentada durante a semana. “Os jornalistas, imprensa nacional ou internacional ou até pessoas relacionadas com a moda, que têm realmente alguma influência no panorama da moda nacional e internacional são pessoas que trabalham e vivem com disponibilidade para este tipo de horários”.
A jovem designer concorda com Sara Maia e reconhece que o objetivo do espaço Bloom é que os criadores caminhem sozinhos e passem para a passerelle principal do Portugal Fashion. Lembra que em Portugal “existem muitos concursos (…) que são bons e dão muitas oportunidades, mas que não dão acesso a uma continuidade”, ao contrário do projeto Bloom.
Hugo Costa, Daniela Barros, Estelita Mendonça, Susana Bettencourt, Carla Pontes e Mafalda Fonseca são exemplos de estilistas que começaram no espaço Bloom e passaram para a passerelle principal.
Os desfiles da 40ª edição do Portugal Fashion continuam este sábado no Silo Auto e na Alfândega do Porto.
Artigo editado por Rita Neves Costa