O protocolo que estabelece o tratamento da hepatite C para as reclusas do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo – Feminino foi assinado durante a manhã desta sexta-feira, com a presença do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo e de Francisco George, diretor-geral da Saúde, durante as III Jornadas Nacionais de Saúde em Meio Prisional.

A parceria entre a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, a Misericórdia do Porto e o Centro Hospitalar de São João vai permitir que os profissionais se desloquem aos estabelecimentos prisionais para realizarem consultas e diagnósticos e para cederem a medicação necessária à cura da hepatite C, um dos problemas de saúde que mais afeta as reclusas.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, referiu a importância da criação de “valor para as pessoas mais vulneráveis” e afirmou que “não é por se estar preso que se deixa de pertencer ao Sistema Nacional de Saúde (SNS)”. “Na Constituição Portuguesa é referido que todos temos o direito à proteção da saúde e que todos temos o dever de a defender”, acrescenta.

III Jornadas Nacionais de Saúde em Meio Prisional Foto: Teresa Cunha Pinto

Inês Guimarães, médica do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo, disse que o protocolo vem resolver um dos grandes problemas existentes. “É fantástico porque os médicos vêm ao estabelecimento prisional e em termos de funcionalidade e de custos é ótimo. Permite-nos ter outro tipo de apoio”, acrescenta. Inês Guimarães espera que o protocolo “seja alargado a mais estabelecimentos prisionais”.

As III Jornadas Nacionais de Saúde em Meio Prisional, onde foi assinado o protocolo que estabelece o tratamento da hepatite C em Santa Cruz do Bispo, promovem o debate sobre os problemas dos sistemas prisionais português, britânico e europeu e são organizadas pela Misericórdia do Porto e pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

Artigo editado por Rita Neves Costa