Começou esta sexta-feira na Alfândega do Porto a exposição temporária sobre as invenções de Leonardo da Vinci. Com 64 réplicas de máquinas e engenhos do artista, a exposição encontra-se pela primeira vez em território português, depois de ter passado por diversas cidades da Europa, Estados Unidos da América, América do Sul e Ásia.

Ao longo do espaço de  dois mil metros quadrados, na parte subterrânea do edifício, encontra-se também representações de obras, desenhos e outros protótipos visionários inventados por da Vinci,  que nos dias de hoje se traduzem em dispositivos vulgares, como o submarino, helicóptero, o tanque de guerra e a bicicleta.

A cerimónia presidida por Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, teve início pelas onze da manhã, onde Eduardo Souto de Moura, comissário da exposição e vencedor do prémio Pritzker 2011, celebrou o facto das catacumbas da Alfândega serem de estilo renascentista — do qual Leonardo da Vinci é considerado ser a representação máxima.

Paula Dias Ferreira, diretora da exposição, referiu que “o cerne da exposição são os engenhos, as invenções”. “Pretendemos que seja uma exposição completa, que dê um apontamento ou uma visão de todo o trabalho que o Leonardo desenvolveu. Temos também o setor da anatomia e uma área de pintura que não tem os originais, evidentemente”.

“Muitos dos engenhos que vemos aqui hoje não foram concretizados em vida devido aos constrangimentos tecnológicos. Mas cinco séculos depois estão todos concretizados e funcionam no nosso dia a dia”, esclareceu.

O “homem perfeito” do Renascimento

Leonardo da Vinci nasceu em abril de 1452, numa aldeia próxima de Florença, Itália, e é apontado por muitos historiadores como a representação ideal do homem do Renascimento.

A sua curiosidade infinita, que era acompanhada pela sua enorme capacidade de invenção, traduziu-se em inúmeros feitos e avanços no campo da aviação e da balística, sendo considerado como a pessoa que mais talentos teve em vida.

Passou a maior parte da sua vida profissional em Milão, ao serviço de Ludovico Sforza, passando depois por Veneza, Roma e Bolonha. Os seus últimos dias foram em França, onde obteve grandes recompensas e reconhecimento por parte do rei Franscisco I.

Desde o Louvre (Paris), National Gallery of Art (Washington), National Gallery (Londres), Metropolitan Museum of Art (Nova Iorque), Uffizi (Florença), este “génio renascentista” deixou para a posterioridade obras imortais tais como “La Gioconda” (“A Gioconda”, ou simplesmente “Monalisa”), “A Virgem das Rochas” (ou a “Madonna das Rochas”), o “Homem vitruviano” (ou “homem de Vitrúvio”) e a “Última Ceia”.

O Porto no mapa de da Vinci

À conversa com o JPN, Paula Dias Ferreira relembrou a ligação que existe ente Leonardo da Vinci e a Invicta — uma ligação, refere, desconhecida por grande parte dos portuenses: “[Na cidade] temos uma obra de Leonardo, na Faculdade de Belas Artes, e esperemos que venha aqui parar também durante o período em que a exposição vai estar em exibição, porque realmente é uma coisa que poucas pessoas da cidade sabem, mas a cidade do Porto tem um desenho original, certificado, de Leonardo da Vinci — o que coloca o Porto no próprio mapa ‘leonardino'”.

“O propósito desta exposição é despertar a curiosidade, o engenho e o espírito de inovação dos visitantes que vão ser confrontados com a criatividade de um dos maiores génios da humanidade”, refere a diretora da exposição que convida todos aqueles que “não tem possibilidades de ir ver a Monalisa ao Louvre” a ter um contacto com o trabalho artístico de Leonardo.

Com bilhetes a partir de seis euros, com preços especiais para famílias e grupos, a exposição está patente todos os dias das 10 às 19 horas, sendo que nos fins de semana e feriados os visitantes poderão disfrutar de mais uma hora, estando aberta entre as 10 e 20 horas.

Vinda diretamente da Tailândia e ainda com destino incerto, a exposição permanecerá na Alfândega do Porto até 31 de julho deste ano.

Artigo editado por Rita Neves Costa