São já 138 casos confirmados de hepatite A. Francisco George, da Direção-Geral da Saúde (DGS), reuniu esta terça-feira com a diretora geral de saúde espanhola Elena Andrades. As principais preocupações dos responsáveis da DGS portuguesa e espanhola recaem nos festivais de Verão, que reúnem um aumento de práticas sexuais com más condições de saneamento, potenciando a transmissão do vírus.

Também a manifestação (LGBT) World Pride, que vai decorrer em Madrid no mês de junho, está no foco das preocupações. O evento social espera a presença de mais de dois milhões de pessoas e Espanha, que já tem aproximadamente mil casos registados, já não dispõe de vacinas.

O que dizem os diretores dos festivais?

No caso particular do NOS Primavera Sound, o diretor não vê razão para preocupações. Garante que as condições de higiene estão asseguradas “por defeito”, já que as casas de banho do festival estão ligadas a redes de saneamento e têm limpeza permanente. “Não havendo campismo”, acrescenta, “as práticas sexuais são as comuns e esse género de preocupação não se coloca.”

Não é o caso do Vodafone Paredes de Coura, no qual os festivaleiros acampam no recinto. João Carvalho, diretor do festival, concorda que é “normal essas preocupações existirem”. O responsável pelo festival diz que já estava planeado um investimento nas redes de saneamento dos balneários e casas de banho, bem como no acesso a água potável antes de qualquer notícia sobre o surto de hepatite A. Mas não descarta a hipótese de “reunir com as entidades competentes” em caso de necessidade.

A DGS só vai dar o surto de hepatite A como controlado depois de 50 dias sem registo de novos casos.

Artigo editado por Filipa Silva