O FC Porto empatou a zero, este domingo, frente à equipa do Feirense. Os dragões ficam a três pontos do líder Benfica, numa altura em que faltam quatro jogos para o final do campeonato.

Não faltaram oportunidades à equipa portista, especialmente na segunda parte, mas a pontaria não esteve afinada e teve pela frente um inspirado Vaná Alves, herói dos fogaceiros no Estádio do Dragão. É a segunda vez que o FC Porto não aproveita um deslize do Benfica, depois do empate em casa frente ao Vitória de Setúbal, quando as águias tinham empatado em Paços de Ferreira.

Entradas a meio gás

Sem poder contar com Brahimi, com dois jogos de suspensão, nem Corona, lesionado, Nuno Espírito Santo voltou a apostar na dupla de avançados André Silva e Soares e lançou Diogo Jota para o lugar do argelino. Sem os dois extremos mais criativos do dragão, foi Alex Telles, o extremo esquerdo portista, de onde veio mais perigo.

À semelhança do que aconteceu em Braga, a equipa do FC Porto voltou a entrar algo apática, trocando bem a bola mas faltando alguma velocidade nessa troca e uma melhor tomada de decisão. A primeira tentativa tímida veio por intermédio de Soares, aos 13 minutos, a tentar um pontapé de bicicleta que saiu ao lado.

Aos 17′, o Feirense tem a sua única oportunidade no encontro. Bola pelo ar que sobra para Karamanos dentro da área portista. Valeu Casillas a evitar o golo dos visitantes. Seguiram-se algumas oportunidades do FC Porto, com destaque para um cabeceamento falhado de Diogo Jota e para um remate de longe de Danilo Pereira. Na primeira parte, André Silva ainda fez golo mas este foi bem anulado por posição irregular do jovem avançado.

Antes do intervalo houve, também, tempo para a claque portista mostrar uma tarja de Pinto da Costa devido à comemoração dos 35 anos de presidência do clube azul e branco.

Ambição renovada esbarrou em Vaná

Novamente à semelhança do que aconteceu em Braga na semana passada, vimos um FC Porto completamente diferente após o descanso. Muito mais agressivo sobre a bola e capaz de criar mais chances de golo, anulando completamente o adversário.

Dada a falta de critério nas alas e no último terço, Nuno lançou Otávio e o brasileiro esteve em destaque logo ao terceiro minuto do segundo tempo, ao cair na área do Feirense, após um empurrão de Jean Sony. O FC Porto queixou-se de uma grande penalidade por assinalar.

A partir daqui foi um massacre portista, coincidente com um festival de desperdício e com o show de Vaná. Aos 56′, o guardião brasileiro nega o golo a Otávio.  Aos 59′ foi a vez de Danilo, de baliza aberta, acertar num defesa. Aos 64′, Diogo Jota não chegou a tempo de desviar um cabeceamento de um colega. Aos 71′, Vaná faz uma defesa monstruosa a um cruzamento rasteiro de Rui Pedro, que rendeu André Silva no jogo.

Aos 74′ o FC Porto volta a queixar-se da arbitragem de Rui Costa. Os portistas pedem penalti de Luís Machado sobre Marcano e as imagens televisivas parecem dar razão aos dragões.

A acabar o jogo mais duas defesas milagrosas de Vaná Alves. A de maior destaque acontece aos 81′, com o guardião a voar para negar o golo a Maxi Pereira.

Apesar da boa casa (39229) e do apoio, o FC Porto não foi além de um empate com o Feirense, mantendo-se a três pontos do Benfica, que lidera o campeonato, a quatro jornadas do fim.

“Há um medo de não voltar a ganhar”

Após o encontro, Nuno Espírito Santo considerou a falta de eficácia como um dos motivos que levaram ao empate em casa. “Aconteceram ocasiões falhadas, aconteceram situações em que podíamos ter sido melhores, aconteceram erros graves da arbitragem”, reiterou.

Para o treinador do FC Porto, a equipa azul e branca esteve sempre mais perto da vitória, mas foi muitas vezes penalizada “por não conseguir manter a intensidade de jogo constante durante os 90 minutos”.

Apesar de os dragões terem perdido uma oportunidade para encurtar a distância do primeiro lugar, o técnico diz manter a confiança e a serenidade para os quatro jogos que ainda faltam disputar. “Estamos a menos um jogo, a menos uma oportunidade, mas estamos até ao fim da luta, porque acreditamos em nós e no nosso trabalho”, afirmou.

Nuno Espírito Santo admitiu que “há um medo de não voltar a ganhar”, semelhante ao que aconteceu no início da época. “Temos que ser conscientes, os portistas têm que ser todos conscientes que nós para voltar a ganhar temos que acreditar e confiar nos jogadores”, sublinhou.

“O Feirense estuda sempre bem as lições antes dos jogos”

Para Nuno Manta, o ponto obtido no Dragão reflete o trabalho da equipa e a maneira como encaram “todos os treinos e todos os jogos”.  O treinador do Feirense fala em tranquilidade pela “permanência na 1ª Liga” como uma vantagem, ainda que em alguns momentos a força do adversário tenha obrigado a equipa a baixar as linhas e a ter “uma capacidade de sacrifício e superação bastante grande”.

O técnico afirmou que “o Feirense estuda sempre bem as lições antes dos jogos” e destacou o trabalho de toda a estrutura do clube.

Quando questionado sobre a atuação do guarda-redes Vaná, Nuno Manta não tem dúvidas: “Avaliando o rendimento que o Vaná fez aqui durante 90 minutos, perante todos os jogadores que estiveram dentro do terreno de jogo, penso que foi o melhor jogador em campo”, explica.

Artigo editado por Rita Neves Costa