O Relatório da Liberdade de Imprensa indica que Portugal subiu cinco lugares no ranking, em relação ao ano passado, ocupando agora a 18ª posição.
Segundo o documento elaborado pelos Repórteres Sem Fronteiras (RSF), entre janeiro de 2005 e janeiro de 2017, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou 21 vezes Portugal por ter violado o artigo 10º da Declaração Europeia dos Direitos do Homem, o que representa três vezes mais do que a média europeia. O relatório revela ainda que, dos 21 casos que envolvem jornalistas, 14 foram condenados por difamação.
Para os RSF, o índice de liberdade de imprensa deste ano mostra que “as violações da liberdade de informar não são apenas características dos regimes autoritários e ditaduras”. A organização considera que a liberdade dos media é tomada como garantida e é cada vez mais frágil nas democracias.
A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da América e a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) tiveram, segundo os Repórteres sem Fronteiras, impacto neste índice, pois “foram marcadas pela alta influência dos media, um discurso anti-media altamente tóxico, que levou o mundo a uma nova era de pós-verdade, desinformação e falsificação das notícias”.
Christophe Deloire, secretário-geral dos RSF, alerta para as inquietações que estes resultados provocam: “As democracias estão a alcançar um ponto de rutura que é alarmante para todos os que percebem que, se a liberdade de imprensa não for assegurada, então nenhuma das outras liberdades pode ser garantida”.
Os dados mostram também que, só este ano, oito jornalistas foram assassinados e 193 estão presos. É na Turquia que se regista o maior número de jornalistas aprisionados (49).
A Noruega é o país com maior liberdade de imprensa, subindo dois lugares em relação ao ano passado. Já a Coreia do Norte está em último lugar. Para a organização, o país “continua a manter a sua população em ignorância e terror”.
O relatório foi criado em 2002 e é publicado todos os anos. Ao todo são analisados 180 países, de acordo com o nível de liberdade que é disponibilizado aos jornalistas, através de um questionário feito a vários peritos.
Artigo editado por Rita Neves Costa