FC Porto saiu de Chaves com os três pontos e mantém a diferença pontual para o Benfica. Pela frente, teve um adversário inofensivo, que não alvejou uma única vez a baliza dos “azuis e brancos”.
Não foi brilhante a exibição do FC Porto, mas chegou para vencer em Chaves. Este sábado, os portistas foram melhores, mas tardaram em acertar com a baliza adversária. Acabaram por vencer por 2-0 com golos de Tiquinho Soares e André André. Os dragões tiveram o mérito de estar sempre em crescendo no jogo.
Nuno Espírito Santo mexeu e muito. Fez três alterações no onze inicial. Jogou apenas com Soares na frente, colocando Otávio nas suas costas e abrindo as alas com Corona e Jota. Rúben Neves foi a jogo para o lugar do lesionado Danilo. O capitão dos portistas neste encontro não jogava há dois meses.
Do lado flaviense, Ricardo Soares mexeu apenas na baliza e no lado direito da defesa. Ricardo e Rodrigo não puderam ir a jogo por estarem emprestados pelo FC Porto. António Filipe e Pedro Queirós foram quem os rendeu, respetivamente.
Normalmente quem joga para o nulo acabar por perder. O Chaves pareceu atuar com vista a esse resultado, acabando por ser derrotado. Houve poucas oportunidades de golo num jogo algo preso por amarras, que o golo de Soares, no início da segunda parte, conseguiu desprender.
Três paradas de António Filipe e pouco mais
A primeira parte do encontro entre FC Porto e Desportivo de Chaves teve pouca história para contar. O primeiro lance de perigo surgiu apenas à passagem do minuto 34 de jogo. Até lá, o que se viu foi um Chaves fechado e com linhas baixas, tentando impedir entradas e penetrações do adversário.
O remate perigoso foi de Soares para uma bela intervenção de António Filipe. O guarda-redes, que já tinha protagonizado uma boa exibição no Dragão, na primeira volta, fez a primeira de três defesas que evitaram o golo portista.
Até ao intervalo, o guardião mostrou serviço num duelo com Rúben Neves, que em dois livres diretos, mas distantes da baliza, atirou sempre a contar, mas viu António Filipe evitar o golo. Valeram os remates de longe de Rúben Neves e de Soares para não deixar adormecer as bancadas.
Soares volta a não perdoar fora de casa
Os “azuis e brancos” mantiveram-se mais fortes no encontro, e a aposta nos remates de meia distância deu frutos bem cedo, aos 52 minutos. André André rematou forte e António Filipe voltou a defender, mas a bola ficou à mercê de Soares que só teve de encostar para o primeiro da partida. Décimo terceiro golo do FC Porto no primeiro quarto de hora da segunda parte neste campeonato e 12º golo em 12 jogos do brasileiro pelos dragões. Soares, nos jogos fora, só não fez o gosto ao pé frente ao Benfica.
O FC Porto passou a ser mais pressionante e mais rápido na recuperação de bola. Essa nova postura valeria outro golo mais tarde. O dragão foi a única equipa a atacar e a procurar o golo. Viu-se um Chaves desinteressado de atacar e mais preocupado em defender.
Ricardo Soares ainda arriscou após o golo de Soares ao colocar dois avançados fixos na frente. As coisas não melhoraram muito, apesar de mais capacidade de ter bola no meio-campo adversário. A maior ambição custou caro já que o FC Porto chegou ao segundo golo em contra-ataque por André André, após um passe bem metido de Otávio, com António Filipe e Nuno André Coelho a não cobrirem o espaço da melhor forma.
André aproveitou e na jogada delineada por, talvez, os dois melhores elementos em campo, no Municipal de Chaves, a partida ficou sentenciada. André André não marcava há mais de um ano. O seu último golo tinha sido apontado a 30 de janeiro de 2016, frente ao Estoril.
Se o jogo já estava fácil, mais fácil ficou para o FC Porto, que ainda ameaçou o terceiro, mas não o chegou a fazer e nem a expulsão de Maxi, de forma justa, por entrada dura sobre Davidson, fez o jogo mudar de figura. Com a expulsão, “El pomo” Maxi vai falhar a sempre difícil deslocação, na próxima jornada, ao terreno do Marítimo.
O dragão foi melhor na segunda parte do que na primeira. A equipa não quer entregar ainda o título ao Benfica e volta a deixar uma diferença três pontos entre ambos. Na próxima ronda, os dois candidatos têm deslocações teoricamente complicadas: os portistas vão ao “caldeirão” dos Barreiros, enquanto os encarnados visitam o Rio Ave.
“Temos que lutar até ao fim”
No rescaldo do triunfo por 2-0, Nuno Espírito Santo admitiu que a sua equipa não esteve perfeita na primeira parte mas destacou a justiça dos três pontos conquistados pelos dragões.
“O controlo total sobre o jogo com duas partes diferentes. Na primeira mais imprecisos e menos eficazes, na segunda dominadores e mais eficazes e mais precisos”, disse, antes de desvalorizar a ausência de Danilo, por lesão.
“Todos sabemos que o Danilo é um jogador importante para nós, mas também fomos dizendo ao longo do ano que temos um plantel amplo e de garantias que nos dão boas respostas. Nunca uma individualidade estará acima do coletivo do FC Porto”, referiu.
Nuno explicou ainda porque não colocou André Silva em campo. “Foi uma decisão. Achamos que se adequava melhor a entrada do Corona e do Jota numa fase inicial”, referiu, antes de falar na classificação atual.
“Temos que lutar até ao fim, dedicarmo-nos até ao fim. Sempre dissemos que ia ser uma luta até ao último dia e é assim que estamos nela, sempre convictos que juntos estaremos mais perto”, concluiu o treinador do FC Porto.
Chaves ainda pensa nos 40 pontos
Carlos Pires, treinador adjunto do Desportivo de Chaves, foi quem falou na “flash interview” da Sport TV. O técnico admitiu que a sua equipa não conseguiu ser forte o suficiente para os dragões. Ainda acredita que vai atingir os 40 pontos já na próxima jornada contra o Estoril Praia.
“Não criamos perigo, o FC Porto é uma grande equipa e não nos deixou jogar como queríamos. O FC Porto fez dois golos e é candidato ao título”, defendeu Carlos Pires.
“Não conseguimos ligar o setor defensivo com o atacante e essas dificuldades com uma equipa grande sentem-se. Temos de ver que o FC Porto é uma equipa bem organizada, é uma candidata ao título, e não nos deixou fazer aquilo que fazemos com as outras equipas”, admitiu o adjunto dos flavienses.
Carlos Pires reforçou o grande objetivo do Desportivo de Chaves para o que resta do campeonato e espera alcançá-lo já na próxima jornada, esperando pôr fim a uma série de cinco jogos sem ganhar.
Artigo editado por Filipa Silva