O Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP) apresentou esta quarta-feira o projeto “U-Bike” na sala B026 da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. O programa é aberto a funcionários, alunos, professores e investigadores que pertencem à Universidade. O objetivo é auxiliar as instituições de ensino superior com a disponibilização gratuita de bicicletas elétricas e convencionais para “contribuir para estilos de vida saudáveis e reduzir, ao mesmo tempo, os impactos ambientais”, explica Bruno Almeida, diretor do CDUP, ao JPN.

Bruno Almeida, diretor do CDUP, “satisfeito” com o elevado número de candidaturas. Foto: Jéssica R. Ferreira

As candidaturas para o “U-Bike” são gratuitas e agora “não existem desculpas para não andar de bicicleta”, diz o diretor. A abertura ocorreu a 16 de abril e até ao momento foram recebidas 173 candidaturas das quais 136 foram aceites e 37 serão retificadas. Dentro das aceites, 79 dos candidatos são estudantes, 14 são funcionários, 26 são docentes, 16 são bolseiros e sete são investigadores. A “corrida” para as bicicletas termina a 17 de junho, num projeto que arranca no próximo ano letivo.

Todos os veículos terão um sistema de GPS, que será controlado pelo CDUP, para verificar se o utilizador cumpre a média de 10 quilómetros diários a que está obrigado. “Aquilo que o projeto U-Bike pode fazer para melhorar a cidade do Porto, nós faremos”, remata Miguel Moreira, coordenador do programa.

Durante a apresentação, a engenheira Ana Cláudia Proença, que trabalha na área da mobilidade sustentável, chamou a atenção dos presentes sobre a importância da redução da pegada de carbono. Segundo a Engenheira, se forem cumpridos os objetivos diários, a redução da pegada seria 67%.

Ricardo Matos, da PSP, ficou encarregue de alertar para alguns dos perigos, dos direitos e deveres e dos cuidados que os condutores de velocípedes devem ter. A circulação nas rotundas é um grande risco. Para evitar acidentes, o polícia recomenda que os condutores de bicicletas façam sinais e que respeitem o código da estrada.

Já Ricardo Cruz, da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi), teve a oportunidade de contar as suas experiências pessoais como ciclista. Ao mesmo tempo que chamou a atenção das pessoas, mostrou imagens reais da cidade do Porto, referindo algumas alternativas para contornar os obstáculos. Ricardo Cruz acredita que para melhorar a cidade em termos de ciclovias “devia ser criado um canal dentro da cidade com zonas seguras e confortáveis para a bicicleta.”, afirma. A ciclovia junto ao Campus São João foi um exemplo de má construção urbana de ciclovia apontado pelo sócio da MUBi.

Miguel Ferraz, Ana Aguiar e Francisco Prata referem as dificuldades em andar de bicicleta no Porto. Foto: Jéssica R. Ferreira

No final, os ouvintes puderam conhecer melhor a opinião de quem utiliza frequentemente a bicicleta como meio de transporte. O aluno Francisco Prata, o funcionário Miguel Ferraz e a docente Ana Aguiar da Universidade do Porto contribuíram com sugestões, apontaram problemas e barreiras que a cidade impõe aos ciclistas.

A par da Universidade do Porto, a Universidade de Beira Interior, de Aveiro, de Évora, Trás-os-Montes e Alto Douro, do Minho, da Nova de Lisboa, o Instituto Politécnico do Porto, de Beja, de Bragança, de Leiria, de Viana do Castelo, do Cávado e do Ave, o Instituto Superior Técnico e o Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa foram as instituições selecionadas para o projeto “U-Bike Portugal”. No total, serão utilizadas mais de três mil bicicletas elétricas e convencionais. Estima-se que sejam percorridos mais de dois milhões de quilómetros, contribuindo para a poupança de energia e para a redução de emissão de dióxido de carbono.