A greve convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) começou esta quarta-feira às 00h00 e termina já na quinta-feira. Nos hospitais, cumprem-se serviços mínimos durante estes dois dias de greve. Para António Soure, do secretariado nacional do SIM, responsabiliza o Governo pela paralização. “Estávamos há mais de 500 dias em conversações com o Ministério da Saúde até que, à última da hora, tudo o que tínhamos combinado afinal já não estava”, disse ao JPN.

Fazer greve “era a última coisa que queríamos mas a tal nos obrigaram”, referiu. O setor da saúde em Portugal preocupa o Sindicato, que vê cada vez mais jovens médicos a emigrar. “Se os médicos de referência tiverem de ir embora para os hospitais privados porque são maltratados, os mais jovens não vão ter ninguém para os orientar [nos hospitais públicos]”, considerou António Soure.

O sindicato garante que os serviços de saúde não estão em causa por estes dias. “Quem precisa terá atendimento com certeza”, assegura António Soure.

O JPN esteve no Hospital de Santo António, no Porto, na manhã desta quarta-feira. João Cunha estava nas urgências para uma consulta de dermatologia e percebeu que “o atendimento não está a andar como o normal, mas a situação está mais ou menos controlada”, declarou.

David Correia estava à espera de uma consulta de otorrinolaringologia. Até ao momento, não via razões de preocupação: “Já me disseram que os serviços estão a funcionar com mais ou menos normalidade. Para já não tenho nada para reclamar”, referiu.

Ainda no Porto, no Hospital de São João os blocos operatórios não funcionaram, bem como o serviço de radiologia, de acordo com os dados avançados pelo SIM que estima uma adesão à greve a rondar os 80% neste centro hospitalar.

O JPN tentou saber como a greve afetou os diferentes serviços do hospital de Santo António, mas foi remetido para a Secretaria Geral do Ministério da Saúde. Contactada pelo JPN, a tutela informou que não vai prestar declarações sobre a greve dos médicos.

Artigo editado por Filipa Silva