No último jogo da época em casa, o FC Porto venceu o Paços de Ferreira por quatro bolas a uma. Os “dragões” estiveram a perder, mas rapidamente deram a volta ao marcador. Já sem a pressão de ter que ganhar por causa da luta pelo título, os jogadores portistas mostraram-se mais libertos. Depois de tantos penaltis que ficaram por marcar ao longo da época — na opinião dos azuis e brancos –, eis que beneficiaram de dois na mesma partida.

Nuno Espírito Santo colocou Boly no lugar do castigado Felipe e promoveu o regresso de Maxi ao onze. Danilo, vindo de lesão, sentou-se no banco de suplentes mas o treinador portista, em vez de colocar em campo Rúben Neves, optou por um meio-campo mais ofensivo, com André, Herrera e Otávio. Já Vasco Seabra trocou o guarda-redes (habitualmente) titular e colocou o central Miguel Vieira no onze.

Dragão libertou-se da pressão

O jogo servia apenas para cumprir calendário, mas não deixou de faltar motivação aos jogadores de ambas as equipas que entraram em campo decididos a praticar bom futebol. O FC Porto dominou a partida e logo aos seis minutos podia ter marcado golo: Corona tentou, porém falhou a receção já dentro da área do Paços de Ferreira.

As melhores oportunidades do primeiro tempo acabam por pertencer à equipa visitante, que aos 13 e 14 minutos quase que chegava ao golo. Primeiro, na sequência de um canto, um jogador do Paços cabeceia ao lado da baliza de Casillas e depois é numa jogada de dois para um, que Ricardo Valente remata a rasar o poste da baliza do FC Porto.

Aos 29′, na sequência de um canto, Marcano obriga Mário Felgueiras a voar para defender o cabeceamento do espanhol. O Paços de Ferreira sempre a lutar pelo jogo acaba por chegar à vantagem à meia hora por intermédio de Andrézinho, que viu um desvio levar o seu remate para o fundo da baliza de Casillas.

O FC Porto reagiu ao golo sofrido e logo a seguir fica a pedir penalti por falta sobre Soares. Não foi de penalti, mas os dragões chegam mesmo ao empate através de um cabeceamento de Herrera a responder da melhor forma a um cruzamento de Corona. Golo 100% mexicano igualava o marcador no Estádio do Dragão.

Com o pé no acelerador, os portistas ganham mesmo uma grande penalidade após falta de Bruno Santos sobre Brahimi. O argelino converteu o castigo máximo, apesar de Felgueiras ainda tocar na bola. FC Porto fica a vencer ao intervalo para alívio dos cerca de 25.000 adeptos que apoiaram a equipa.

Jota foi aposta ganha ao intervalo

Nuno lançou Diogo Jota para o segundo tempo e o extremo precisou de apenas um minuto para fazer o gosto ao pé e o terceiro da equipa. Ganhou espaço nas costas da defesa e bateu Mário Felgueiras junto ao poste. Responderam os pacenses com um remate de longa distância de Luiz Phellype para Casillas defender.

Aos 60′, os portistas ficam novamente a reclamar grande penalidade, mas Artur Soares Dias considerou simulação e mostrou amarelo a Jota. Aos 69′ , foi André Silva a disferir um remate desviado, que por pouco não foi para a baliza. Também Otávio tentou o golo após uma jogada individual aos 77′, porém o remate saiu a rasar o poste.

Sempre à procura de um jogo ofensivo e agradável, o Paços voltou a obrigar Casillas a aplicar-se aos 80 minutos, por intermédio de Ricardo Valente. Antes do final da partida houve tempo para mais um penalti para os dragões. Jota é puxado dentro de área e André Silva aproveita para estabelecer o resultado final em 4-1.

“A grande confiança é um contrato que existe”

Questionado acerca do protesto de uma claque portista que abandonou o estádio durante a segunda parte, Nuno Espírito Santo referiu que “o Dragão deu um apoio incondicional desde o início”. O treinador portista mostrou-se triste pela perda do título, no entanto garantiu a união de toda a equipa: “Estamos juntos”, declarou.

A faltar um jogo para o final do campeonato, Nuno assume que a equipa falhou o objetivo e diz que agora é um momento de reflexão porque quer “um Porto campeão”.

Relativamente às condições para continuar no cargo, não se alongou muito na resposta e quanto à confiança da direção: “A grande confiança é um contrato que existe”, apontou. Já o Benfica que se sagrou campeão este sábado, o treinador do FC Porto deu os parabéns. “É a realidade dos resultados. Parabéns ao campeão, nós continuamos o nosso caminho de formar uma equipa que possa conseguir títulos”, disse.

“Não entrámos bem mas fomos equilibrando o jogo”

Vasco Seabra destacou a evolução da sua equipa: “Não entrámos bem mas fomos equilibrando o jogo, (…) na segunda parte estivemos melhor, conseguimos ter bola e jogar no meio campo ofensivo”, referiu.

O treinador do Paços de Ferreira assumiu que a equipa veio ao Dragão para ganhar e que saiu “satisfeito com a entrega”. Apesar da perda do título, Vasco Seabra disse que sentiu “um Porto motivado, com alguns jogadores mais libertos”.

Artigo editado por Rita Neves Costa