Os estudantes universitários voltaram a juntar-se para mais um Sarau Cultural. Foi ao som da música e ao ritmo da dança que se celebrou a vida académica.

Numa noite chuvosa de maio, os estudantes não ficaram em casa. Trajados a rigor, foi à porta do Teatro Sá da Bandeira que esperaram para assistir a mais um Sarau Cultural, iniciativa promovida pela Federação Académica do Porto na semana académica.

Foi com um atraso de vinte minutos que as portas se abriram para receber o público. A sala foi lentamente ocupada pelos muitos estudantes que quiseram marcar presença. O preto foi a cor predominante num recinto que, ao início, ainda se apresentava relativamente silencioso. Mas foi por pouco tempo.

Desde logo, a Faculdade de Engenharia pretendeu marcar a sua posição. A cor tijolo nas pastas e nas cartolas não deixou dúvidas. Toda a bancada central do lado direito foi ocupada pelos estudantes da FEUP, que decidiram apresentar-se em grande número. Do lado esquerdo, a Escola Superior de Educação (ESE) ocupava também os lugares perto do palco, enquanto que logo atrás foi possível vislumbrar o azul escuro – o azul da Faculdade de Letras.

Não foi preciso esperar muito até ver as bancadas superiores também preenchidas. Ao centro, os estudantes de Enfermagem também vieram em grande número. Ao seu lado apresentavam-se os alunos do ICBAS, com um cartaz bem identificativo. Mais adiante, Direito também se fez sentir, mas o amarelo, o tijolo e o azul escuro foram mesmo as cores dominantes.

As cortinas sobem e começa o espetáculo

O “Grupo de Fados Literatus” abriu o espetáculo. Após a primeira, a sala preparou-se para ouvir com emoção “Balada de Despedida do 5º Ano Jurídico”, música dedicada aos finalistas. Mais uma vez foram as bengalas a marcar o ritmo dos aplausos e o grupo deixou uma mensagem especial aos finalistas da sua casa, com “Balada de despedida de letras”.

Os estudantes de engenharia civil foram os próximos a atuar: levantaram-se e começaram a andar em redor do recinto, animados pela música. Uma versão adaptada de “Jajão” de Master Jake e Eddy Flow foram uma das canções interpretadas pelo grupo.

“Gristo académico”, da ESE, foi o terceiro grupo a atuar. “Olha a hora” dizia um, “está difícil”, dizia outro, numa alusão ao tempo que o grupo demorava a entrar. Os estudantes da FEUP optaram por abrir novamente as hostilidades – “Oh Gristo, nós vamos entretendo”. Pela primeira vez de uma maneira mais enérgica foi Letras a intervir e Engenharia respondeu “odeio o azul”. De seguida, ouve-se “Letras, meu grande amor, por ti eu vou seja onde for”, abafando qualquer outro som que se fazia ouvir no recinto.

Os tambores e as baquetas marcaram o ritmo da primeira atuação, que teve um momento de malabarismo. As letras colocadas no centro do palco acenderam-se e tornou-se percetível o nome “Gristo”.  A música “Chaga” dos Ornatos Violeta foi uma das muitas canções interpretadas.

Depois do canto, também se dança

O próximo grupo, Grupo de Cantares e Dançares do Orfeão Universitário do Porto, trouxe folclore. Os finalistas pousaram, como um gesto simbólico, as suas cartolas na frente do palco, ao lado do cachecol do Orfeão Universitário do Porto. Os aplausos vieram logo de seguida e um membro do grupo pede para os finalistas se aproximarem, como forma de fazer-lhes uma homenagem.

Com o final da atuação, o apresentou surgiu, anunciando o nome da FADEUP. Expectável para uns, surpreendente para outros. Foi assim que a sala ficou depois de assistir a uma atuação que envolveu muita acrobacia e flexibilidade. As seis atuações consecutivas, que totalizaram 13 minutos, arrancaram muitos aplausos do público, com as manobras a serem perigosas mas ao mesmo tempo bem executadas.

A tuna feminina da Universidade Lusíada entraram em palco. As músicas arrancaram alguns aplausos e pelo meio ouviram-se os primeiros cânticos da instituição.

O próximo grupo anunciado foi o Grupo de Danças do ICBAS, que arrancou várias palavras de provocação por parte de Engenharia. O grupo deu uma pequena aula de salsa quando o relógio atingiu a uma da manhã.

O Grupo de Cantares de Maçadeiras do Orfeão Universitário do Porto foram os últimos a atuar. No final do espetáculo, os cânticos de todas as casas foram entoados até à saída do teatro.

No exterior, os rostos traduziam a alegria e o cansaço natural naquela que é a semana mais importante para os estudantes da Academia. O Sarau, esse, teve casa cheia para momentos de muita surpresa e também de festejo, onde os finalistas mereceram destaque.

Artigo editado por Rita Neves Costa