Foi no número 114 da rua das Galerias de Paris que se inaugurou, esta segunda-feira, a nova versão do emblemático edifício “Arte Nova”. O prédio, reabilitado pela Misericórdia do Porto, toma agora o nome “The Gallery House Residências” e é um espaço de acolhimento na baixa vocacionado para estudantes do ensino superior da cidade.

“Este edifício, em primeira linha, é destinado a estudantes universitários, estudantes Erasmus, estudantes que vêm para a Universidade do Porto estudar e também para outras pessoas que, por qualquer razão, tiveram que vir ao Porto, mas cuja permanência é muito reduzida na cidade”, esclareceu na cerimónia António Tavares, provedor da Misericórdia do Porto. A ideia é que as camas do edifício “possam ser ocupadas sempre em sistemas de curta duração”, acrescentou o responsável.

João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, que tem uma ligação afetiva ao edifício por ali ter residido em 1985, recorda os anos em que lá esteve e a importância da reabilitação. “É muito especial estar aqui hoje. Esta foi a minha primeira casa no Porto quando vim para cá estudante”, contou aos presentes. O atual responsável pelo ambiente e transportes confessa que “já na altura o edifício precisava de intervenções. As canalizações já funcionavam mal”, exemplificou, para concluir: “É uma satisfação enorme ver hoje este edifício recuperado e, sobretudo, recuperado para a função tão nobre que vai ter.”

Alguns a pé, outros de elevador, todos subiram os cinco andares do edifício que conta com vinte quartos duplos com casa-de-banho privativa, ou seja, 40 camas com áreas úteis entre os 17,55 e os 26,55 metros quadrados, correspondentes aos 2º, 3º e 4º pisos do edifício.

Todos os quartos dispõem de um espaço de dormir com camas individuais, armário, aquecimento regulado individualmente e área pessoal de estudo.

Para além disso, este novo espaço conta também com uma área de lazer/estudo, outra de refeições e copa equipada com micro-ondas, frigorífico e fogão, ao nível do 1º piso. A residência é mista e os estudantes podem escolher os colegas de quarto caso não existam outras candidaturas para o mesmo espaço.

No que diz respeito aos preços, estes variam de acordo com o tipo de quarto escolhido, mas a SCMP não precisou os valores. De maneira a garantirem um lugar na residência, os estudantes podem inscrever-se para habitar na residência que poderá receber os candidatos partir do dia 1 de junho.

O edifício agora renovado estava alugado com rendas baixas até ficar completamente desocupado. Com a reabilitação, António Tavares refere “a conjugação de três vontades: a vontade de ter mais receita, a vontade de dar respostas alternativas ao mercado e de contribuir para a reabilitação da cidade.”

Para Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, presente na inauguração, este é um projeto de expansão importante para os estudantes. “A universidade precisa de crescer e quando vemos a Misericórdia a reabilitar um edifício e a destina-lo à habitação para estudantes é”, para o responsável “fantástico”.

Mas também para a cidade a recuperação deste edifício tem um significado acrescido. “Ao mesmo tempo, estamos a reabilitar um edifício numa zona muito importante da cidade. É bom que haja mercado, é bom que haja crescimento, é bom que o Porto seja olhado com maior aptência por parte dos investidores. Nós temos vindo a fazer um trabalho em reabilitação de casas do património municipal no centro da cidade, uma coisa que não era feita há décadas”, rematou Rui Moreira.

Artigo editado por Filipa Silva