Édouard Philippe foi o escolhido por Emmanuel Macron para ser o novo primeiro-ministro francês. O nomeado republicano tem 46 anos, é presidente da câmara do Havre desde 2010 e foi porta-voz de Alain Juppé nas primárias do partido liderado por Nicholas Sarkozy até 2016. A nomeação de Phillipe está a ser descrita como uma estratégia do novo Presidente francês para desestabilizar ainda mais a direita dividida francesa.

O republicano que vem substituir o socialista Bernard Cazeneuve falou publicamente pela primeira vez depois da sua designação, elogiando o seu predecessor pela “honestidade”, “gentileza” e “caráter” que aplicou no desempenho do cargo.  “[Bernard Cazeneuve] disse que é um homem de esquerda. Não tenho dúvidas. Eu sou um homem de direita, o que não o surpreenderá”, disse Philipe numa breve intervenção no exterior do Matignon, a sede oficial do primeiro-ministro francês, citado pelo “Jornal de Negócios”.

Édouard Philippe nasceu em Rouen, na Normandia. Filho de dois professores e fluente em alemão, passou grande parte da sua infância em Bonn com o seu pai. Segundo o jornal britânico “The Guardian”, Philippe tem os mesmos antecedentes políticos de Macron, tendo estudado primeiramente no Instituto de Estudos Políticios de Paris e mais tarde, frequentou a École Nationale d’Administration, uma escola conhecida como uma fábrica da elite francesa.

Antes de ser apontado como o próximo primeiro-ministro francês, Édouard Philippe escrevia uma coluna de opinião no jornal francês de esquerda “Libération”. Aí, Philippe chegou a comentar as ações do presidente francês eleito. “[Emmanuel Macron] não assume nada, mas promete tudo com o ardor de um jovem conquistador jovem e o cinismo de um veterano”, lê-se num excerto citado pelo jornal “Público”.

As eleições legislativas francesas ocorrem a 11 de junho deste ano.

Artigo editado por Rita Neves Costa