A seleção portuguesa não foi além de um empate a duas bolas frente ao México, na estreia na Taça das Confederações. Quarema e Cedric foram quem marcou para o lado lusitano, num jogo em que a vitória parecia próxima, mas um golo mexicano perto do fim adiou o triunfo para a equipa de Fernando Santos.

O selecionador optou por colocar de início apenas campeões europeus no onze. André Silva e Gelson Martins, que tinham sido titulares no último jogo com a Letónia, foram surpresas ao começar no banco. Nani e Quaresma fizeram parte do onze titular. Já do lado mexicano, estiveram em ação jogadores bem conhecidos dos portugueses: Herrera, Raúl Jimenez, Layún e o jogador emprestado pelo FC Porto, Diego Reyes.

A equipa nacional não se mostrou suficientemente forte para garantir uma vitória inicial, diante de um México que foi melhor na primeira parte. Fernando Santos passou do 4-4-2 para o 4-4-3, mas a mudança tática não teve os frutos desejados.

Golo dá esperança no meio da inexistência

Portugal entrou apático e sem conseguir ter bola no encontro. Durante os primeiros dez minutos, o México dispôs da maior parte do tempo da bola, sem que a seleção nacional conseguisse contrariar o rumo do jogo. Portugal ainda tentava sair desde trás quando tinha a bola, mas os centrais Pepe e José Fonte despachavam para a frente mal eram pressionados por Chicharito, Carlos Vela e Jimenez.

A agressividade da seleção mexicana ia criando problemas, nomeadamente a mobilidade de Chicharito, que ia deambulando da esquerda para o meio. Só à passagem do minuto 17, surgiu uma mostra de perigo da equipa nacional: Quarema rematou ao lado da baliza à guarda de Ochoa.

Poucos minutos depois, Portugal colocou mesmo a bola no fundo das redes, mas o golo foi anulado, com recurso ao vídeoárbitro, por fora de jogo. Pepe encostou para golo após um remate cruzado de André Gomes dentro de área. A infração foi bem assinalada.

Pouco depois o golo português acabou mesmo por acontecer. Aos 34 minutos, Ronaldo aproveitou uma falha de Salcido no ataque à bola a meio-campo, galgou metros até chegar à grande área, temporizou e, ao mesmo tempo que colocou sem reação três defesas mexicanos, serviu Quaresma, que sentou Ochoa e encostou para inaugurar o marcador.

O México, que diminuiu a intensidade de jogo com o tempo e não arriscou tanto por estar em desvantagem, ainda chegou ao empate antes do intervalo. Raphael Guerreiro não teve a melhor abordagem e Chicharito respondeu da melhor forma a um cruzamento de Carlos Vela na direita do ataque “azteca”.

Balde de água fria com sabor a justiça

A segunda parte voltou a trazer mais México na maior parte do tempo, mas sem a assertividade no passe e a intensidade de jogo dos primeiros 45 minutos. Os mexicanos tiveram mais dificuldades para criar situações de golo, o que favoreceu Portugal.

As entradas de Adrien e de Gelson perto da hora de jogo (para os lugares de Moutinho e Nani) deram mais poder de combate e imprevisibilidade à equipa das quinas, que mantinha problemas crónicos para assumir o controlo de jogo. O jogo começou a ser mais disputado a meio-campo, algo que não vinha acontecendo. Os jogadores nacionais apresentavam dificuldades a sair a jogar no meio-campo defensivo.

Adrien deu intensidade, Gelson deu mais profundidade ofensiva e André Silva, lançado aos 82 minutos, deu uma presença que Portugal pedia, já que Ronaldo estava muitas vezes sozinho para três defesas contrários na frente de ataque.

Foi com Portugal instalado no meio-campo mexicano que Cédric, graças a um desvio em Herrera, deu a vantagem à equipa nacional. Parecia estar assegurada uma estreia triunfante de Portugal na Taça das Confederações.

No entanto, apenas quatro minutos depois, caiu um balde de água fria nos comandados de Fernando Santos. Hector Moreno, na sequência de um canto, aproveita a passividade defensiva lusa e cabeceia para fixar o 2-2 final. Um ponto que pune a inoperância portuguesa na primeira parte.

A sorte não esteve do lado dos portugueses, como já aconteceu no passado. Apesar disso, a seleção de Fernando Santos teve um jogo quase tirado a papel químico do Europeu de França. Muitas bolas longas, sérias dificuldades na construção, frieza atacante e muita emoção à mistura. Voltou a dar empate. E diga-se que assenta bem pelo desenrolar do jogo.

A seleção nacional ocupa o segundo lugar do grupo, a par do México. Está a dois pontos da Rússia, que é líder isolada. Portugal volta a entrar em campo quarta-feira, frente à anfitreã Rússia, às 16h00 de Portugal, na Arena Otkrytie, em Moscovo.

“O México fez um jogo mais conseguido do que o nosso”

O selecionador nacional explicou as dificuldades sentidas no jogo de estreia na Taça das Confederações. Reitera confiança nos jogadores apesar de alguns erros que foram cometidos.

“Inexplicavelmente não conseguimos ligar dois ou três passes. Foram assim os primeiros 20 minutos. A equipa do México é muito ofensiva e defensivamente tem alguns problemas. Depois não fomos capazes de responder à mobilidade e à dinâmica do México da mesma forma. Permitimos que eles conseguissem circular a bola. [Mas] Não criaram muitas oportunidades”, reiterou.

Fernando Santos não gostou da entrada de Portugal no jogo contra o México na estreia de Portugal na Taça das Confederações. O selecionador nacional abordou também o lance que ditou o empate, nos últimos minutos, e afirmou que a defesa portuguesa podia ter anulado esse lance.

“O futebol é isto. Era um lance que podíamos ter anulado e não o fizemos. O futebol é isto. Tivemos uma má entrada na partida onde o México entrou muito melhor. Foram mais agressivos e nós não conseguimos ter bola, nem igualar o jogo. Depois dos 20 minutos começamos a trocar melhor a bola e fomos tendo oportunidades. Marcamos o primeiro golo e até tivemos oportunidades para fazer o segundo. Não fizemos e eles empataram num lance de infelicidade da nossa defesa. Depois meti o Gelson para dar velocidade ao jogo e o André Silva para dar mais força ao ataque. Tivemos oportunidades, mas fomos infelizes no fim”, disse Fernando Santos.

“Jogámos de igual para igual com o campeão da Europa”

Apesar do empate duas bolas, Juan Carlos Osório estava satisfeito no final do jogo diante de Portugal. O selecionador mexicano lembra que Portugal sentiu sempre muitas dificuldades, apesar de ser o atual campeão europeu.

“Tivemos quase 60 por cento de posse de bola contra 40 por cento de Portugal. É meritório o que o México fez neste jogo, jogámos de igual para igual contra o atual campeão da Europa. Controlámos uma equipa que iniciou o jogo com três extremos de alto nível”, enalteceu Osório, sublinhando que Portugal marcou em situações de “contra-ataque”.

Artigo editado por Filipa Silva