A Câmara Municipal do Porto (CMP) aprovou, esta quinta-feira, por unanimidade, a participação da cidade na Comissão de Candidatura Nacional para a Instalação da Agência Europeia do Medicamento em Portugal.
Os vereadores convocados para esta reunião extraordinária aprovaram ainda os nomes de Eurico Castro Alves e de Ricardo Valente para serem os representantes da autarquia na Comissão.
Ao cabo de hora e meia de debate – com uma parte inicial sem a presença dos jornalistas – a vereação encontrou ainda um consenso em relação ao último ponto da reunião.
Rui Moreira pretendia o reconhecimento de que o grupo de trabalho de apoio à candidatura do Porto, proposto pelos vereadores do PS e aprovado na última reunião do Executivo, já não era necessário.
O líder da bancada socialista, Manuel Pizarro, reforçou que não via qualquer vantagem em “prescindir do envolvimento formal” das entidades que tinha proposto, no acompanhamento dos representantes agora nomeados para a Comissão. Podia até passar a chamar-se “comissão de acompanhamento” no lugar do grupo de trabalho inicialmente pensado.
O presidente da Câmara do Porto entendeu que seria “inútil” criar uma comissão paralela à nacional, cabendo aos representantes do Porto na Comissão Nacional “fazerem todos os contactos que julguem necessários” nesta fase de decisão sobre qual das duas cidades terá melhores hipóteses de vencer a corrida ao acolhimento à Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa).
Manuel Pizarro insistiu nas vantagens técnicas – reunindo os conhecimentos de instituições da Saúde, Ensino Superior e Econima da cidade – e políticas de uma comissão de acompanhamento.
A solução de consenso, depois de algumas alusões a “ciúmes” e “aproveitamentos políticos”, acabou por vir da bancada do PSD com o vereador Ricardo Almeida a propor que o texto fosse mudado no sentido de prever o envolvimento das entidades referidas por Manuel Pizarro, ainda que num sentido mais lato.
Assim ficou lavrada a versão final do texto: “Os representantes [da Câmara na Comissão Nacional de Candidatura à EMA] deverão envolver ativamente neste processo todas as entidades relevantes, nomeadamente as entidades metropolitanas, regionais e transregionais, designadamente aquelas que foram referidas no anexo da proposta para o grupo de trabalho aprovado na última reunião do executivo”.
Localização já começou a ser estudada
Na reunião extraordinária desta quinta-feira ficou também a saber-se que já houve uma reunião, no dia anterior, tendo em vista uma primeira abordagem às possíveis localizações da agência a Norte.
Essa reunião, contou Rui Moreira, foi realizada a pedido do presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Emídio Sousa, e envolveu, além deste, o presidente da autarquia, Rui Moreira, Eurico Castro Alves e Ricardo Valente, e ainda a presidente do Instituto Politécnico do Porto, Rosário Gambôa e a presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Braga da Cruz.
Questionados sobre as hipóteses discutidas, já depois de terminada a reunião, não foram avançados nomes. Eurico Castro Alves disse, contudo, aos jornalistas que o Porto dispõe de inúmeras hipóteses ao nível das localizações que cumprem as necessidades” da mega Agência Europeia.
O antigo secretário de Estado da Saúde, que trabalhou três anos para a EMA e que tem um longo currículo ligado ao setor do medicamento, interveio na reunião da vereação e reforçou depois aos jornalistas a ideia de que “o Porto é a cidade portuguesa mais bem colocada” para a candidatura nacional à EMA.
Portugal tem até 31 de julho para formalizar a sua candidatura nacional ao acolhimento da EMA. O presidente da Cãmara do Porto acredita que a escolha entre Lisboa e o Porto vai ser feita “muito rapidamente”, antes do presente mês terminar.
Os critérios definitivos para a relocalização da Agência – que deixará a cidade de Londres por causa do Brexit – vão ser definidos no Conselho Europeu que vai decorrer esta quinta e sexta-feira em Bruxelas.