O Estádio do Dragão, a Casa da Música, a Ponte São João ou o Posto de Comando Centralizado da Metro do Porto são apenas alguns dos sítios que podem ser visitados, de forma gratuita, este fim de semana, 1 e 2 de julho. Pelo terceiro ano consecutivo, o Open House Porto dedica dois dias à arquitetura e abre as portas de 60 edifícios em três cidades: Porto, Matosinhos e Gaia.

Este ano o número de locais incluídos no roteiro das três cidades subiu – inclui mais seis do que na edição anterior – num evento que começou a ser preparado em janeiro. A iniciativa pretende que os participantes possam ver e conhecer espaços que nem sempre são acessíveis ao público.

Para além das visitas livres ou acompanhadas por uma equipa de voluntários, existem as visitas comentadas pelo autor do projeto de arquitetura ou por um especialista convidado.

Em declarações ao JPN, Nuno Sampaio, diretor executivo da Casa da Arquitectura, a organizadora do evento, considera que “o objetivo é conseguir levar a arquitetura à população em geral”, algo que “é muito conseguido pelo Open House”, graças ao corpo de voluntários, mas também “porque muitos especialistas que vão fazer as visitas são arquitetos, mas não só. São gente que conhece, que está habituada à prática profissional dentro dos próprios edifícios e que os consegue explicar ao público de outra forma”, afirma.

Para além do aumento do número de visitas ou dos horários alargados, este ano há um reforço da aposta, iniciada no ano anterior, em visitas mais especificas para surdos e cegos: “Conseguimos, tendo em conta o sucesso que foi o ano passado, apostar neste alargamento a públicos diferenciados”, adianta.

A seleção dos espaços é da responsabilidade dos comissários (e arquitetos) Paula Santos e Ivo Poças Martins, que estabelecem um perfil para o evento. “Sendo nomes diferentes em cada edição, imprimem um perfil concetual próprio. Este ano, as escolhas dos arquitetos Ivo Poças Martins e Paula Santos foram no sentido de valorizar as casas particulares”, afirma Margarida Portugal, responsável pela Comunicação do Open House Porto.

O acesso à grande maioria das visitas será sem marcação, mas alguns espaços exigem reserva, que poderá ser feita a partir do dia 28 junho, às 14h00, no site do evento.

A par do roteiro, e à semelhança da edição anterior, decorrerá um conjunto de ações paralelas: os programas Caleidoscópio e Plus que possibilitam outras formas de observação e usufruição dos espaços.

“Como temos mais espaços também temos mais voluntários e esperemos conseguir aproximarmo-nos dos números do ano passado, que foram números fantásticos”, explicou ao JPN Nuno Sampaio. O Open House Porto registou 11 000 visitas em 2015 e 30 000 em 2016.

O ano passado o edifício mais concorrido foi o Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões. “Por norma, os locais que nunca abriram as suas portas são sempre os mais procurados”, adianta Margarida Portugal.

Os edifícios escolhidos podem ser consultados aqui, por zonas, época ou tipologia.

A iniciativa teve origem em Londres e, com mais de 20 anos de história, estende-se atualmente a mais de 30 cidades em todo o mundo. O Open House Porto é de todos os Open House do mundo o único que se passa em três cidades simultâneas.

Pela primeira vez, a 3ª edição do Open House Porto é organizada e produzida em exclusivo pela Casa da Arquitectura, tendo sido até ao passado uma coprodução com a Trienal da Arquitectura de Lisboa.

Artigo editado por Rita Neves Costa