Os resultados de uma nova sondagem do Centro de Estudos e Sondagens da Universidade Católica conhecidos esta quarta-feira, e que voltam a colocar o atual presidente da autarquia portuense empatado com o candidato socialista Manuel Pizarro, motivaram críticas muito duras do movimento de Rui Moreira que acusa o inquérito de opinião de ser “falso” nos resultados que apresenta, por ter sido apurado com base em “erros grosseiros nos seus questionários e metedologias”.

Em resposta, a Universidade Católica emitiu já esta tarde um comunicado no qual rebate alguns dos pontos focados pelo movimento de Rui Moreira frisando que o centro “é uma entidade autónoma, independente e apartidária” que “não existe para agradar a partidos ou candidatos nem para servir as respetivas agendas de campanha”.

O movimento “Rui Moreira – Porto, O Nosso Partido” diz que o erro “mais gritante” que terá sido cometido na condução do inquérito foi “a omissão do nome de Rui Moreira entre as opções apresentadas aos inquiridos, quando este faz parte da designação oficial da candidatura”. Acrescenta que “a sigla foi também omitida e o símbolo adulterado”.

Neste ponto, a Católica garante que “o inquiridor tinha uma folha com a simulação do boletim para que o inquirido tivesse a oportunidade de identificar a posição relativa do partido em que pretendia votar” e que “a simulação, para além da designação do candidato/partido apresenta o respetivo símbolo”, no caso, o da candidatura de Rui Moreira, que inclui o nome do candidato.

O movimento de Rui Moreira assegura que a intenção de voto – assinalada pelos inquiridos num ecrã de telemóvel – “apresentava informação deturpada”. O CESOP assegura que o o logotipo de Rui Moreira aparecia de forma correta nos ecrãs.

A candidatura de Rui Moreira põe ainda em causa a formação da amostra “com base na média de resultados de cinco partidos nos atos eleitorais de 2005, 2009 e 2013, sabendo-se que Rui Moreira apenas concorreu em 2013”.

A Católica argumenta que a lista de freguesias que resulta do critério por si aplicado “é a que melhor representa os resultados globais do concelho nessas eleições, independentemente da natureza dos partidos/listas concorrentes”.

Por último, a candidatura exortou os órgãos de comunicação que compraram estas sondagens – RTP/Antena 1 e “Jornal de Notícias” – a divulgarem os relatórios finais” e apelaram ao regulador do setor da Comunicação e à Comissão Nacional de Eleições para tomar “medidas”.

A Católica defende-se dizendo que os estudos que realiza “incorporam, como acontece necessariamente em todos os trabalhos desta natureza, margens de erro e a possibilidade de problemas amostrais mas o registo do Centro de Sondagens da Universidade Católica, consolidado ao longo de muitos anos, tem sido de elevada fiabilidade o que aliás justifica a posição de referência que ocupa no panorama nacional”, referem.

Moreira pede maioria absoluta

A sondagem que foi divulgada ao início da manhã coloca Rui Moreira e Manuel Pizarro em situação de empate, com 34% das intenções de voto.

Um inquérito do mesmo Centro de Sondagens, publicado na última sexta-feira no “Jornal de Notícias”, já tinha colocado o candidato do Partido Socialista, com quem Moreira teve um acordo de governação na Câmara do Porto até maio deste ano, a apenas um ponto percentual do independente.

O empate contrasta com o resultado de outra sondagem, conhecida no mesmo dia, que dá maior vantagem a Rui Moreira. O “Correio da Manhã” e o “Jornal de Negócios” divulgaram o resultado de um inquérito da Aximage que colocava Rui Moreira com 40% dos votos e Manuel Pizarro com 21%.

À boleia dos resultados divulgados esta quarta-feira, Rui Moreira, numa ação de campanha decorrida esta manhã, disse que não comentava sondagens mas aproveitou a deixa para pedir aos portuenses uma maioria absoluta: “Eu não comento sondagens. A única coisa que digo é que, perante tudo o que tem sucedido nesta campanha, eu espero que os portuenses compreendam muito bem aquilo que está a suceder e que nos deem a maioria absoluta no domingo”.

Na nota que o seu movimento fez chegar às redações é referido que “tem estado em curso, nos últimos meses, uma operação que visa manipular a opinião pública e condicionar o sentido de voto no Porto”.

Moreira não foi tão longe nas declarações aos jornalistas mas referiu várias vezes “coisas que têm sucedido ultimamente” para à frente reclamar uma maioria absoluta.

A sondagem da Universidade Católica que foi divulgada esta quarta-feira coloca Rui Moreira e Manuel Pizarro com 34% dos votos; Álvaro Almeida, do PSD/PPM, com 9%; Ilda Figueiredo com 8%; João Teixeira Lopes, do BE, com 7% e Bebiana Cunha do PAN com 2%.