Começou atrasada, mas a grande velocidade. A arruada organizada esta quinta-feira pelo movimento de Rui Moreira arrancou na sede de campanha do candidato com o atual presidente da Câmara do Porto a liderar o grupo, a passo vigoroso, Aliados abaixo, Clérigos acima. Pelo caminho, algumas buzinadelas de apoio e cumprimentos de “felicidades”.

Depois de um copo de água junto ao edifício da Reitoria da Universidade do Porto, onde decorre uma conferência dedicada ao elemento, a comitiva seguiu pela rua de Cedofeita.

Sem bandeiras nem grandes adereços, os transeuntes não deixaram de reconhecer o autarca a quem muitos prestaram apoio. “É uma honra estar consigo e dizer-lhe que o meu voto vai para o senhor presidente”, disse a Rui Moreira um eleitor da cidade.

Afinal havia outro… Pizarro

Adiante apareceu Manuel Pizarro. Não aquele que é agora o grande adversário de Rui Moreira à vitória de domingo, mas um outro, residente no Porto, que partilha o mesmo nome do candidato socialista. Este, aliás, acredita “na vitória do Rui”.

Já em Cedofeita, foi altura do presidente da câmara entrar em algumas lojas históricas, como a Lobo Xavier, a mais antiga daquela artéria comercial, para cumprimentar os lojistas e falar do programa que a autarquia aprovou para tentar proteger as lojas de comércio tradicional, o “Porto de Tradição”.

À frente, encontrou o proprietário de “A Pétala”, a segunda mais antiga ali da praça, segundo o proprietário. Avelino Carneiro contou aos jornalistas que a sua loja não integra ainda o programa camarário, porque o desconhecia. Foi o atual presidente da autarquia quem há uns dias o alertou para o facto. Rui Moreira admite que ainda há trabalho a fazer no capítulo da sensibilização dos lojistas.

Mais uns passos, mais umas lojas visitadas. Pela rua conhecidos, alguns de longa data. Arnaldo Saraiva diz a Rui Moreira que ele está “a emagrecer”. O autarca não concorda e vai sorrindo sempre a quem o cumprimenta.

A campanha não é estridente nem esse é, segundo o autarca, um objetivo: “A forma como nós fazemos campanha não perturba o normal funcionamento das lojas. Repararão que entramos só dois ou três, quando entramos, para não perturbar. As pessoas hoje em dia já não gostam de bombos, bandeiras, foguetes”, disse mais à frente aos jornalistas.

Maioria? “Por causa dos truques”

O contacto com as pessoas nas ruas “tem sido ótimo” segundo o edil do Porto. “Temos tido muita gente na rua. Andam vários grupos na cidade. Temos visitado como sempre instituições, partes da cidade mais deprimidas, partes da cidade mais recuperadas como esta, falando com os comerciantes e toda a gente, com muita animação, muita alegria, sem fazermos barulho, porque é uma forma também de fazermos campanha”, declarou.

O tema das sondagens voltou a ser aflorado. Depois de ter acusado a sondagem ontem revelada pela Católica de erros grosseiros, o seu movimento voltou ao tema esta quinta-feira para reforçar nuim comunicado que o trabalho tem erros “todos eles susceptíveis de criar desvios sistemáticos, sempre no sentido de prejudicar a candidatura de Rui Moreira”.

Entre esses erros, citam o facto do nome do candidato não constar da designação apresentada aos inquiridos ou a inclusão de uma 10ª força partidária no inquérito quando há no Porto apenas nove candidaturas.

Rui Moreira insistiu na necessidade de ter uma maioria absoluta depois destas sondagens que o colocam em situação de empate com Manuel Pizaaro. Porquê? “Por causa dos truques”.

Sente-se capaz de continuar a governar em minoria mas “é evidente que qualquer candidato prefere governar com condições de governabilidade que não dependam de truques, de estados de alma e principalmente de quando toca o telefone com um telefonema vindo de Lisboa”, declarou em mais uma ‘indireta’ ao candidato socialista.

Moreira não vai ao ponto de afirmar que o estudo de opinião tenha sido “controlado politicamente” porém sublinha que “aquela sondagem é uma fraude” e que tem “impacto político”. “Se houve ou não vontade, não faço processos de intenções”, rematou.

Esta sexta-feira, último dia de campanha, Rui Moreira vai continuar na rua. De manhã, vai andar pela baixa do Porto, na Avenida dos Aliados. à tarde, andará pela Avenida Fernão de Magalhães. O jantar de encerramento da campanha de Rui Moreira está marcado para as 19h30 de sexta-feira, no Palácio de Cristal.

As eleições autárquicas decorrem no próximo domingo, dia 1 de outubro. O atual presidente da Câmara do Porto e candidato pelo movimento “Rui Moreira – Porto, O Nosso Partido” votará na Escola São Miguel de Nevogilde, ao final da manhã.