O trabalho voluntário faz chegar ajuda a quem mais precisa. Além disso, representa uma via para as pessoas que o praticam desenvolverem aptidões e investirem em si enquanto cidadãs.

Para quem se interessa por esta área e quer, de alguma forma, inserir-se nela, não é difícil encontrar um movimento, organização ou instituição que proponha projetos de voluntariado no próprio país ou no estrangeiro. Neste caso, focada nos jovens, a AIESEC partilha uma série de propostas e programas para estudantes ou pessoas com menos de 30 anos que sejam recém-graduadas. Entre as várias experiências propostas, contam-se os estágios profissionais não remunerados, a participação como membro em escritórios locais da AIESEC e, por fim, o voluntariado.

O movimento foi criado há quase 70 anos e, segundo o site oficial, tem sofrido um enorme crescimento: mais de 120 países estão envolvidos em projetos pelo mundo e milhares de jovens colaboram de forma ativa para alcançarem um ambiente de paz que aproveite todo o potencial da humanidade.

Esta organização, totalmente gerida por pessoas com idades até aos 30 anos, tem parcerias com várias ONGs e empresas multinacionais. Todas visam estimular as aptidões dos jovens que nelas se integrarem através da promoção de skills importantes e das relações interpessoais.

“É importante conhecer outras culturas”

Inês Silva é licenciada em História da Arte pela Universidade de Coimbra e foi lá que ouviu falar da AIESEC pela primeira vez. Em entrevista ao JPN, explicou como surgiu o interesse em colaborar: “Sempre achei que fosse uma organização relevante não só pela forma como é gerida – pelo facto de depender de estudantes dedicados a que ela continue – mas também pela diversidade de projetos que abrange”.

As experiências de amigos que integraram projetos da Patagónia ao Brasil motivaram a jovem a iniciar a sua própria aventura. “Penso que na sociedade atual é extremamente importante conhecer e relacionarmo-nos com outras culturas e formas de vida. É importante integrar outros lugares como se fossemos parte deles e não somente como espectadores”, diz ao JPN.

As pessoas que preferem conhecer exemplos e a opinião de outros antes de se aventurarem numa jornada desta organização, podem visitar o blog My Story, que congrega testemunhos reais de jovens que aderiram à AIESEC e integraram projetos em diferentes locais.

Portugal, um dos países associados a este movimento, disponibiliza na sua plataforma AIESEC todas as informações necessárias para aqueles que pretendam complementar a sua carreira universitária com trabalho de voluntariado. Alguns programas requerem um perfil específico, mas ter experiência não é um requisito obrigatório.

Existem nove comités locais no país, distribuídos de norte a sul. No Porto, a Faculdade de Economia (FEP) é sede de um escritório AIESEC considerado um dos melhores em Portugal. Já recebeu vários prémios pela sua qualidade de serviço e, atualmente, é constituído por cerca de sessenta e cinco estudantes e recém-licenciados. No entanto, todos os anos, esta equipa abre as portas a novos jovens que se mostrem interessados em integrá-la, incentivando-os a participar no processo de candidatura.

Segundo Inês, ser aceite num projeto da AIESEC não é difícil. A partir do momento em que o jovem sabe o tipo de trabalho que quer integrar ou o país para onde quer ir, a organização presta auxílio durante todo o processo: “se necessário ou possível, entram em contacto direto, através do telefone, com a organização no país de acolhimento em nosso nome. Isto ajuda a que sejamos escolhidos para os projetos que realmente queremos integrar.”

“Liderança” e “inovação” são algumas das palavras que constam na página da organização. A AEISEC é, então, um movimento que promove o voluntariado, mas também o melhoramento de competências profissionais e o desenvolvimento do empreendedorismo entre jovens, através de experiências sem barreiras internacionais que os obrigam a sair da sua de zona de conforto. Pretende-se que os participantes encarem os desafios que lhes são propostos com a dose certa de ambição, capacidade de liderança, mas, sobretudo, humildade e compaixão.

Artigo editado por Filipa Silva