O primeiro dia de desfiles no Porto foi dedicado aos jovens designers do Bloom. A promoção de novos talentos volta a ter calendário próprio e local exclusivo. O JPN assistiu a quatro desfiles.
A moda voltou ao Porto, esta quinta-feira, para encerrar a apresentação dos desfiles de Primavera/Verão do Portugal Fashion para o próximo ano e depois do certame ter passado por Londres, Milão, Nova Iorque, Paris e Lisboa.
No Museu do Carro Elétrico, tiveram lugar dez desfiles da autoria de oito jovens designers e 12 estudantes de escolas de moda.
No Bloom, espaço do Portugal Fashion para a promoção de jovens designers criadores portugueses, que celebrou a 15ª edição, passaram as coleções de Maria Kobrock, Joana Braga, David Catalán, Inês Torcato, Olimpia Davide, Beatriz Bettencourt, Nycole e Sara Maia. O JPN assistiu aos quatro desfiles que encerraram a jornada.
Olimpia Davide
É a terceira coleção apresentada por Olimpia Davide no espaço Bloom. Para a coleção Primavera/Verão 2018, a jovem criadora inspirou-se nas suas memórias. O preto e o branco estão presentes nas roupas, contrastando com os amarelos e dourados. Portas antigas e o chão da cozinha deram vida a casacos compridos. Os tecidos leves trazem à memória os lenços e as saias em godé usados pela avó. Vão surgindo também tecidos estruturados, que dão volume à coleção, como a sarapilheira plástica em xadrez.
Beatriz Bettencourt
A jovem criadora está no espaço Bloom há dois anos e esta é a sua primeira edição a solo. Este ano, apresenta uma coleção feminina com cariz citadino e gráfico. Beatriz Bettencourt confessou ao JPN que as suas inspirações estão “na música e em pequenas ideias”. A sua coleção apropria-se do conceito de transmutação e combina diferentes tipologias de peças numa só. Os blusões resultam da fusão entre uma gabardine e um bomber, camiseiros com singlets incorporadas e peças metade t-shirt metade singlet.
A jovem criadora apresenta ainda uma coleção muito influenciada pela silhueta dos anos 40, numa indumentária fabril das mulheres e uma mais intimista de “estar em casa”.
Nycole
Há seis meses que apresentou a primeira coleção no espaço Bloom. A nova proposta pauta-se por cores quentes e os padrões paisley da sua coleção representam a cultura iraniana, com detalhes militares que evocam opressão no país. Já as peças desportivas com detalhes técnicos representam o estilo de vida europeu, uma espécie de escape rumo à liberdade criativa.
Em relação ao espaço Bloom, a jovem criadora destaca que um novo criador só deixa de o ser quando “teoricamente, a nível comercial as coisas começam a render, mas convém serem jovens criadores para sempre”, explica ao JPN.
A internacionalização “como já faz o Portugal Fashion, com showrooms lá fora” é essencial para vender e arrecadar receita com vista a “coleções maiores” e, quem sabe, a passagem para a plataforma principal”.
Sara Maia
A jovem designer Sara Maia apresenta-se no espaço Bloom pela quarta vez. Este ano, os tons base desta coleção são o cru, preto, bege e cinza. As cordas vêm atribuir detalhe e cor, complementado cada peça. Inspirou-se em edifícios em construção e as suas peças favoritas são os casacos e as sandálias.
Relativamente ao espaço Bloom, a jovem acredita que um criador deixa de ser novo “quando as pessoas quiserem” reforçando que “nesse sentido há muitos designers que vão ser sempre jovens criadores porque o que fazem é tão atual que não dá para os chamar de velhos”.
Os desfiles da 41ª edição do Portugal Fashion continuam esta sexta-feira, na Alfândega do Porto, com apresentações das coleções de Carla Pontes, Estelita Mendonça, Susana Bettencourt, Júlio Torcato, Diogo Miranda, Hugo Costa, Anabela Baldaque e Miguel Vieira.
Artigo editado por Filipa Silva