Na noite fria de sábado, o Municipal de Chaves foi o palco do confronto entre flavienses e boavisteiros, a contar para a jornada 13 da Liga NOS. O jogo foi bastante “quente”, com oportunidades para ambos os lados, mas terminou sem golos. Algumas boas defesas, uma bola ao poste e a falta de pontaria não deixam transparecer uma primeira parte fervorosa.
Incapacidade para quebrar o gelo
As panteras mantiveram o onze inicial inalterado desde a vitória caseira sobre o Moreirense na jornada anterior. Na equipa comandada por Luís Castro, apenas Davidson não repetiu a titularidade, dando lugar a Hamdou.
A equipa visitante entrou melhor e logo nos primeiros minutos causou calafrios à defesa do Chaves. Primeiro, Rochinha surgiu na cara do guarda-redes, mas não conseguiu dominar a bola e falhou a primeira oportunidade do jogo. A pressão inicial apanhou os da casa de surpresa e um erro defensivo deixou Mateus isolado com António Filipe. O guarda-redes da casa levou a melhor no duelo individual. No canto, Rúben Ferreira tirou a bola em cima da linha, evitando um autogolo, após desvio acidental de Maras.
Após um período em que nenhuma das equipas conseguiu ser lúcida com a bola, o Chaves pareceu pegar nas rédeas do jogo e partiu para cima do Boavista. Este controlo quase se materializou ao minuto 24, quando Rúben Ferreira dispara ao lado da baliza, após bom passe de Bressan. Novamente um erro defensivo na construção a partir de trás, desta vez por parte dos visitantes, que viram Vagner segurar facilmente o remate de Pedro Tiba.
Algumas paragens quebraram o ritmo do jogo, mas a equipa portuense não conseguia impôr-se. Aos 33 minutos, Bressan conduziu um contra-ataque rápido e deixou a bola nos pés de Matheus Pereira, que rematou com estrondo ao poste. Não restaram estalactites para contar a história e por pouco os axadrezados não se viram em desvantagem. Tiba voltou a testar a atenção de Vagner, e novamente o guardião respondeu “presente”.
Antes do intervalo, boa jogada de Paulinho, que cruza para o cabeceamento de Platiny. Fosse o brasileiro uns centímetros mais alto e a bola teria acabado no fundo das redes. Assim, sobrevoou a baliza axadrezada.
Inversão de marcha
Ao intervalo, Jorge Simão, treinador do Boavista colocou Vítor Bruno no lugar de Mateus, para ajudar a travar as investidas de Matheus Pereira. No início da segunda parte, o Chaves monopolizou a posse de bola, mas sem nunca causar perigo.
Foram precisos quase 15 minutos para que as panteras voltassem a dar sinal de vida, através de Rochinha, que obrigou António Filipe a uma excelente defesa. Se os atacantes não conseguiam marcar, Rossi bem tentou. O central brasileiro saltou mais alto que o guarda-redes da casa, mas faltou pontaria.
Só à passagem do minuto 69 é que a tranquilidade defensiva dos boavisteiros voltou a ser ameaçada. Quem mais, senão Matheus Pereira. O jogador emprestado pelo Sporting serpenteou sozinho até ao corredor central e rematou rasteiro. Desta vez a bola tomou melhor direção, mas Vagner esticou-se e impediu o golo.
Na baliza contrária, uma má abordagem de Rúben Ferreira a um cruzamento só não terminou com o golo dos visitantes, porque Kuka não estava à espera que a bola lhe chegasse e atirou por cima.
Um contra-ataque aqui – como o que foi travado por Paulinho, quando Rochinha estava isolado com o guardião flaviense – um par de jogadas sem grande perigo ali, e o ímpeto das panteras foi desaparecendo. Já perto do final, o Chaves ainda tentou roubar os três pontos, com um remate desesperado de Patrão ao lado (94′) e um remate cruzado de Matheus Pereira (95′) que passou a centímetros da barra, mas não houve sangue frio que permitisse a qualquer das equipas superiorizar-se.
O Boavista conquistou um ponto importante fora de casa e subiu ao sétimo lugar, à condição. Os axadrezados aguardam o resultado do jogo do Vitória de Guimarães, este domingo. Quanto ao Chaves, solidificou o 11º lugar e afastou-se do Tondela, derrotado em casa pelo Rio Ave. Na próxima jornada, os axadrezados recebem o Sporting.
“A igualdade aceita-se sim, mas teria de ser uma igualdade com golos”
No rescaldo da partida, Jorge Simão, treinador do Boavista, afirma que “o resultado não espelha o que aconteceu”. O técnico considera o empate justo: “A igualdade aceita-se sim, mas teria de ser uma igualdade com golos. Foi um jogo intenso, emotivo e com oportunidades de golo, de parte a parte”.
Jorge Simão realçou o bom início de jogo da sua equipa, relembrando “duas oportunidades claras de golo”, mas reconhece que “o Chaves também poderia ter marcado. Na segunda parte, ambas as equipas tiveram oportunidades”.
O treinador axadrezado conclui, tornando claro que “o resultado não é excelente, mas é positivo”.
Artigo editado por Filipa Silva