O Boavista perdeu frente ao Sporting, este sábado, no Estádio do Bessa, por 3-1. Numa primeira parte muito equilibrada e sem oportunidades de golo, o Sporting marcou mesmo antes do descanso. Na segunda parte, os “leões” mostraram as garras e aproveitaram uma equipa do Boavista mais aberta à procura do empate.
Após a derrota em Barcelona para a Liga dos Campeões, Jorge Jesus lançou os três jogadores que não tinham sido titulares em Camp Nou: Bas Dost, Gelson Martins e Fábio Coentrão. A verdade é que foram mesmo estes três que acabaram por estar em destaque na formação leonina. Já Jorge Simão, privado de bastantes peças, colocou Vítor Bruno a fechar o lado de Gelson à frente de Talocha.
Golo à porta do ‘balneário’
Cedo a equipa do Sporting assumiu a iniciativa do jogo, dominando a posse de bola. Mas ter bola não é sinónimo de criar perigo e há que dar o mérito à estratégia de Jorge Simão, que montou bem a equipa para controlar as investidas do adversário. Com o decorrer do jogo, foi conseguindo pressionar cada vez mais alto e obrigou os “leões” a jogar mal.
Tanto equilíbrio acabou por ditar 45 minutos de jogo sem grandes iminências de se ver aquilo que faz a diferença no futebol: o golo. A vez que o Boavista esteve mais perto de marcar foi aos 18 minutos, com Rochinha a não desviar da melhor maneira um cruzamento rasteiro do lado esquerdo. Do lado verde e branco foi Coentrão a ter a melhor chance, aos 19′, mas rematou por cima da baliza de Vágner. Aos 42 minutos a equipa do Sporting ainda reclamou uma grande penalidade sobre Podence mas Luís Godinho nada assinalou.
Quando todos já se preparavam para o regresso às cabines, eis que surgiu o balde de água fria para os axadrezados. Após uma boa jogada do lado direito do ataque, Podence faz o cruzamento para o segundo poste, onde aparece Fábio Coentrão a cabecear para o fundo das redes de Vágner.
Bas Dost não permitiu reação axadrezada
A segunda parte começou com polémica na área do Sporting. O Boavista entrou bem a tentar reagir ao golo sofrido antes do intervalo e aos 53 minutos Vítor Bruno cai na área e pede-se grande penalidade. Luís Godinho comunicou com o videoárbitro e decidiu não apontar para a marca do castigo máximo.
Aos 63 minutos entrou em ação o artilheiro holandês Bas Dost. Na sequência de um livre para o Sporting, Dost cabeceou ao poste mas ainda conseguiu a recarga para fazer o segundo golo do Sporting na partida. Apenas um minuto depois, Coates perdeu a bola em zona proibida e num contra-ataque rápido o Boavista fez o 2-1. Rochinha entrega a Vítor Bruno e este assistiu Mateus. Luís Godinho voltou a comunicar com o assistente de vídeo e validou o tento da equipa da casa. Ainda festejavam os adeptos axadrezados quando aos 66′, em nova bola parada, Bas Dost voltou a aumentar a vantagem leonina para dois golos. Três minutos frenéticos que ditaram o desfecho do encontro.
O terceiro golo do Sporting afetou a equipa do Boavista que, ainda assim, não parou de tentar ir atrás do prejuízo, mas sem obrigar Rui Patrício a grandes trabalhos. A única grande oportunidade até ao final do jogo até pertenceu ao Sporting, aos 76′, quando Bruno Fernandes, ao tentar o cruzamento, acabou por obrigar Vágner a voar para impedir o quarto golo leonino.
No final, três pontos para a equipa de Jorge Jesus que lidera o campeonato, à condição, com mais três pontos que o FC Porto, que joga este domingo, no Bonfim, frente ao Vitória de Setúbal. Quanto ao Boavista, falha o acesso ao sétimo lugar e soma a segunda derrota caseira da era Simão, após o desaire frente ao FC Porto.
“O Sporting tem muitos jogadores com mais de 1,90m”
No final do encontro, Jorge Simão destacou o equilíbrio da primeira parte, referindo que o Boavista “sufucou” o Sporting. Reconheceu, também, a importância do golo sofrido mesmo em cima do intervalo.
O técnico recusou a ideia de que a equipa fez anti-jogo e deixou a justificação para os dois golos sofridos: “O Sporting tem muitos jogadores com mais de 1,90m”. Na opinião de Simão, a estatura da equipa do Sporting obrigou a equipa do Boavista a estudar as bolas paradas em vez de colocar bolas altas, já que os jogadores do Sporting as ganhariam quase todas.
Simão ainda comparou o futebol a um jogo de xadrez, referindo que um pequeno passo como uma falta não marcada ou um cartão amarelo não mostrado pode mudar o rumo do jogo. Para o técnico axadrezado, no final, “fica a bravura e a boa imagem” da equipa da casa.
“Objetivo foi atingido”
Para Jorge Jesus, o “objetivo foi atingido”, que era a vitória. O técnico destacou se não tivesse abdicado de Dost, Gelson e Coentrão em Barcelona, podia não ter ganho no Bessa.
Jorge Jesus considera que o Boavista fez anti-jogo na primeira parte mas que, na segunda, o Sporting dominou a equipa axadrezada, elogiando a tática montada por Jorge Simão neste Boavista.
Para Jorge Jesus “é fundamental ganhar” quando se luta para ser campeão. O técnico admitiu que a equipa leonina está “mais pragmática” e garantiu que não está no clube para bater recordes, apesar de gostar de o fazer. O treinador disse que só ainda não bateu o recorde mais importante: “Só ainda não fui campeão pelo Sporting”, referiu.
Artigo editado por Filipa Silva