O FC Porto goleou o Vitória de Setúbal, este domingo, por 5-0. Aboubakar e Marega estiveram em detaque: o camaronês marcou três e assistiu um dos dois golos do maliano. A equipa sadina entrou bem, mas sucumbiu perante o sufoco dos portistas.

Nos azuis e brancos, Maxi Pereira e Diego Reyes substituiram Sérgio Oliveira e Felipe, em relação ao “onze” do clássico do fim de semana anterior. José Couceiro viu-se privado de Gonçalo Paciência, por ser emprestado pelos dragões. Edinho, Costinha, João Amaral, César Martins e Nuno Pinto foram as novidades no Vitória.

Ciclone Aboubakar dissipa dúvidas

Os sadinos entraram melhor no jogo e aproveitaram cedo um contra-ataque para causar perigo aos portistas. Edinho surgiu isolado, mas a hesitação fê-lo atirar à figura de José Sá. O FC Porto respondeu com um cabeceamento de Aboubakar, que passou por cima da baliza, após passe aéreo de Marcano.

Os visitantes perderam o medo e, depois dos 10 minutos, começaram a controlar o jogo e a encontrar algum espaço para remate em zonas frontais. Os primeiro avisos vieram da cabeça de Aboubakar e depois de Marega, que viu o seu remate desviado pela defesa e agarrado por Cristiano, guarda-redes dos da casa.

O ponta de lança dos dragões quis repetir o passe majestoso que levou a um dos golos frente ao Mónaco, a meio da semana, mas o número um do Vitória negou o golo a Brahimi. O argelino já tinha feito das suas, ultrapassando três adversários num lance anterior.

À passagem do minuto 30, Alex Telles aproveitou o vento para bater um canto direto, mas Cristiano estava atento e afastou para novo canto. O defesa foi mais preciso à segunda e entregou o décimo golo no campeonato a Aboubakar. Os dragões continuam a ter grande eficácia nos lances de bola parada.

A avalanche ofensiva continuou, com Danilo a soltar uma “bomba” de fora da área, minutos depois, a obrigar Cristiano a uma defesa com os punhos.

Aos 40 minutos, o Porto chega ao segundo, por Marega. A bola só entrou ao fim de três tentativas: um remate de Aboubakar forçou uma boa defesa, Maxi atirou ao poste na recarga e o 11 dos dragões só teve que encostar para o fundo das redes.

Antes do intervalo, ainda houve tempo para o terceiro. De novo, Aboubakar sofreu falta na grande área e converteu a grande penalidade, depois de alguns minutos à espera que o video-árbitro verificasse o lance. 3-0, resultado ao intervalo.

Gerir, mas converter

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, aproveitou a tranquilidade oferecida pelo resultado para fazer descansar Brahimi e colocar Corona no seu lugar. Depois do jogo de quarta-feira e com jogo para a Taça de Portugal na quinta, o técnico quis poupar alguns jogadores na segunda parte.

O FC Porto abrandou o ritmo de jogo, mantendo quase sempre a posse de bola e permitiu mesmo aos vitorianos remates de longe, que não foram capazes de assustar José Sá.

Couceiro mexeu na equipa e assumiu um sistema de quatro defesas, dando sinais de que pretendia dar luta. No entanto, o tiro saiu-lhe pela culatra. Aos 69 minutos, a combinação entre Marega e Aboubakar continuava a dar frutos. Após ultrapassar Podstawski, o avançado maliano cruzou rasteiro para o terceiro golo da noite do camaronês.

O FC Porto voltou a relaxar e o recém-entrado Arnold foi numa incursão pelo flanco direito e ganhou canto. Nuno Pinto aproveitou o vento e quis fazer das suas. A trajetória da bola quase traiu José Sá.

De novo, os dois africanos juntaram-se para marcar um golo sublime. Aboubakar isola Marega, que pica a bola por cima do guarda-redes com grande classe e chega ao décimo golo na Liga NOS. Terminava com este resultado a partida, com os dragões a regressarem a casa com os três pontos.

O FC Porto igualou o Sporting na liderança da Liga e mantém a distância de três pontos para o Benfica, numa jornada onde os “três grandes” venceram.

“Da nossa parte não há intranquilidade”

Quando questionado acerca da pressão de jogar, sabendo que os dois rivais na luta pelo título tinham vencido, Sérgio Conceição, treinador portista, assegurou que a sua equipa “não joga em função de ninguém”.”Jogamos em função do nosso trabalho. Da nossa parte não há intranquilidade ou pressão extra por os adversários terem jogado no dia anterior e ganho”, disse aos jornalistas.

Sérgio enalteceu o jogo por parte da sua equipa: “Hoje divertimo-nos com a bola. Há qualidade no jogo interior e exterior. Assim fica difícil para os adversários”. Abordou também a importância da sua dupla de ataque: “Pretendo que eles façam golos. São jogadores altruístas”.

Quanto às alterações no onze inicial, o técnico azul e branco admitiu que “também é uma questão de gestão, mas tendo jogadores de qualidade, que podem contribuir, não faz diferença”. “O que é importante é que diariamente mo mostrem para que, chegada a hora da escolha, eu tenha boas dores de cabeça” concluiu sorrindo.

O FC Porto volta a jogar na quinta-feira, diante do Vitória de Guimarães, para a Taça de Portugal. Os jogos do campeonato regressam segunda-feira, 18, também no Dragão, frente ao Marítimo.

Artigo editado por Filipa Silva