No regresso à Liga NOS, o FC Porto deslocou-se esta quarta-feira à noite ao terreno do CD Feirense e venceu por 2-1 na 16ª jornada do campeonato, a primeira de 2018. Os anfitriões revelaram-se muito obstinados e não baixaram os braços quando se viram em desvantagem , mas os dragões acabaram por marcar o golo da vitória através de um canto, a 15 minutos do fim.

José Sá regressou à baliza portista depois de dois jogos extra-campeonato no banco. Felipe voltou a fazer dupla no centro da defesa com Marcano, tomando o lugar de Reyes. Aboubakar e Corona começaram no lugar de Soares e Maxi, respetivamente, com Ricardo Pereira a atuar como lateral direito.

No Feirense, muitas alterações relativamente no “onze” do jogo contra a Oliveirense: só Sony, Flávio e Luís Aurélio repetiram a titularidade.

Arranque lento

Desde cedo se percebeu que os fogaceiros não iam entregar os três pontos numa bandeja aos visitantes. Com a equipa do Feirense muito compacta, um meio-campo batalhador e agressivo e marcações bem definidas, o Porto recorreu a um jogo mais direto. Vincent Aboubakar foi o alvo da maioria dessas bolas longas, com a tarefa de segurar de costas para a baliza e encontrar companheiros em melhores posições em zonas menos congestionadas.

A estratégia não estava a trazer frutos e só aos 19 minutos houve um lance digno de registo: Brahimi dribla três adversários e remata à entrada da área para as mãos de Caio Secco.

Foi preciso pouco para haver outro lance de perigo e desta vez o Porto marcou. Brahimi recuperou um cruzamento que parecia perdido, descobriu Aboubakar na área, que roda em direção à baliza, tirando um defesa do lance. O remate bate no pé de Luís Rocha, mas acaba no fundo das redes. Com o golo, chegava a tranquilidade aparente para os visitantes, aos 22 minutos.

A resposta e a segurança nas luvas

A resposta surgiu quatro minutos depois: de livre, Tiago Silva teleguia a bola até à cabeça de Luís Rocha. Felipe falha o corte e o central português restabelece a igualdade na partida.

De imediato, os portistas recompuseram-se e partiram para nova investida. Aboubakar desmarcou Brahimi, que de pé esquerdo rematou para defesa do guardião brasileiro. O mesmo guarda-redes que, momentos depois, negou o golo a Alex Telles com um grande mergulho a parar o livre do lateral brasileiro.

A baliza à distância de um “campo de batalha”

Até ao intervalo nenhuma das equipas foi capaz de criar lances de perigo. Ambas se anularam, num intenso “combate” no centro do terreno, com muitas faltas, bolas divididas e duelos aéreos.

Depois da pausa, um panorama semelhante. O Porto com mais bola, mas incapaz de penetrar a área adversária e criar oportunidades flagrantes de golo. Nem o talento de Brahimi, cujo remate foi bloqueado (64′), nem a cabeça de Marcano (67′) conseguiram colocar o FC Porto na frente. Ricardo Pereira também tentou, mas viu o seu remate sair ao lado.

Aos 75′, num lance que estava controlado por Caio, Danilo vê o seu “balão” ir parar à barra. Um presságio do que estava para vir.

No minuto seguinte, o segundo golo dos visitantes chegou para fechar o resultado. Os cantos de Alex Telles têm acabado na cabeça de um companheiro de equipa e desta vez não foi excecão. Felipe saltou mais que todos e fez o segundo.

Para os adeptos portistas, se Felipe foi herói por ter marcado, também foi vilão por ter recebido o segundo amarelo a seis minutos do fim, por abordagem imprudente a um lance.

A partir daí, o Feirense viu-se com mais bola, mas sem grandes efeitos. O FC Porto passou a chutar para a frente e o recém-entrado Soares foi aguentando a bola para permitir aos dragões respirarem. Conseguiu também, aos 95 minutos, isolar Marega perante Caio Secco. O maliano tentou fintar o guarda-redes, mas o brasileiro segurou a bola. Os portistas conseguiram aguentar o resultado até ao final.

Com a vitória em Santa Maria da Feira e o empate dos rivais no Estádio da Luz, num jogo que começou cerca de uma hora depois do dos dragões, o FC Porto isola-se no primeiro lugar da Liga NOS, a dois pontos do Sporting, segundo classificado.

Sérgio Conceição, treinador do Porto, não apareceu na zona de entrevistas rápidas. O mesmo foi feito pelos jogadores da equipa azul e branca.

“Gostava de ter tirado do jogo um ou três pontos”

Nuno Manta, treinador do Feirense, mostrou-se feliz com a prestação da sua equipa: “estou orgulhoso da organização e da intensidade”. No entanto, admitiu as debilidade que os seus comandados tiveram a atacar: “Não conseguimos chegar tantas vezes à área adversária, não ganhamos tantas segundas bolas para sair em transição rápida, nem conseguimos tantas bolas paradas como queríamos”, referiu.

O técnico demonstrou-se “agradado pela maneira como a equipa esteve presente em campo”, mas que “gostava de ter tirado do jogo um ou três pontos”.

Artigo editado por Filipa Silva