O FC Porto recebeu e venceu o Vitória Sport Club, este domingo, no Estádio do Dragão. Os minhotos abriram o marcador, por Raphinha, e conseguiram neutralizar os dragões na primeira parte. Depois do intervalo, Aboubakar, Brahimi e Marega por duas vezes, materializaram em golos uma segunda parte de grande qualidade. Perto do fim, Heldon ainda reduziu para os visitantes, mas o golo não teve impacto no jogo.

Os dragões somaram a oitava vitória consecutiva em todas as competições, enquanto os vimaranenses ficaram pelo quinto jogo seguido sem conhecer o sabor da vitória.

No “onze” portista apenas Óliver foi surpresa, tomando o lugar de André André no meio-campo. Diego Reyes voltou a ser titular, por castigo de Felipe.

Na equipa da cidade berço apenas Hurtado e Marcos Valente repetiram a titularidade relativamente ao empate a três golos no dérbi com o Moreirense.

Primeira parte atípica dos portistas

Entrada forte do FC Porto, que logo ao primeiro minuto obrigou Douglas a uma saída rápida para evitar que Marega fizesse estragos.

Os dragões continuaram a ser a melhor equipa em campo: com mais posse de bola, mais pressionantes e a travarem os contra-ataques do Vitória. No entanto, no terço final do relvado Douglas e a defesa vimaranense estavam a ser capazes de travar os cruzamentos e ataques portistas.

Aos 21 minutos, Marega chutou rasteiro para defesa fácil de Douglas. Na resposta, no minuto seguinte, Victor García tirou um cruzamento longo e encontrou Raphinha, que só precisou de encostar para golo.

Apesar de o golo ir contra a tendência do jogo, puniu o FC Porto pela lentidão e previsibilidade com que tecia os seus ataques e premiou a consistência defensiva e verticalidade do Vitória.

O FC Porto tentou reagir ao golo sofrido aos 27 minutos. Brahimi entrou na área adversária com a bola e atrasou para Marega que rematou contra uma autêntica parede de jogadores vitorianos.

Os vimaranenses continuaram a repelir os dragões da sua área e o resultado permitiu-lhes ser um pouco mais ousados na frente. Os azuis e brancos falhavam muitos passes simples na pressa de reverter o placar.

Nem o típico canto de Alex Telles produziu efeitos: Marega cabeceou por cima. Na outra baliza uma sucessão de cantos do Vitória de Guimarães revelaram a postura agitada de José Sá e da equipa portista que saía a jogar sem critério, chutando de qualquer forma para a frente.

Nem o génio de Brahimi foi recompensado. Após grande jogada dentro da área adversária, o cruzamento rente à linha de golo não encontrou nenhum companheiro para finalizar. Os erros de ambas as equipas foram uma constante até ao final da primeira parte, mas o resultado manteve-se inalterado.

Entrada na segunda parte “a matar”

O Porto entrou para a segunda etapa com uma postura diferente. Mais confiante, mais pressionante e mais rápido. Logo aos 48′, Marega recuperou a bola em zona avançada e rematou à figura de Douglas.

No lance seguinte mais problemas para os comandados de Pedro Martins. Alex Telles cruzou para Aboubakar que ajeitou de cabeça para Óliver Torres. O remate do espanhol à queima-roupa foi defendido pelo guardião dos visitantes. Sem deixar o Vitória recuperar o fôlego, Corona cruzou para Aboubakar e o camaronês preparou-se para celebrar, não fosse um estupendo mergulho de Douglas a negar o empate.

Empate que acabaria por chegar aos 57 minutos. Danilo conduziu a bola no meio-campo adversário e fez o passe para Corona. “Tecatito” cruzou para o número nove portista. O camaronês não voltou a perdoar e, apesar de apertado, a bola só parou no fundo das redes.

Brahimi também quis deixar a sua marca na partida. Ultrapassou vários defesas adversários na área com uma facilidade impressionante e picou a bola para o fundo das redes com calma e classe. A reviravolta portista estava consumada.

As bancadas do Estádio do Dragão encheram-se de luzes. Os adeptos portistas estavam felizes com o resultado.

Ataque atrás de ataque, a defesa visitante estava a ser levada ao limite. Os da casa também estavam a ser mais capazes de neutralizar as investidas vitorianas.

Cruise control

A partir dos 70 minutos, o FC Porto “tirou o pé do acelerador”, mas continuou a controlar a bola e a instalar-se no meio-campo do Vitória.

Hernâni, que já tinha testado a pontaria, acabou por oferecer o golo a Marega com um cruzamento tenso. Aos 79 minutos, as dúvidas sobre o resultado dissiparam-se com o cabeceamento certeiro do maliano.

Quatro minutos depois, o número 11 dos dragões fez o bis. Desta vez, foi Ricardo Pereira que cruzou rasteiro e Marega só teve de encostar.

O Vitória nunca voltou a ser a mesma equipa da primeira parte. A estabilidade defensiva foi destruída pela rajada de golos, mas ainda houve esperança no ataque: aos 88 minutos, Heldon protagonizou uma jogada individual brilhante, vindo da esquerda para o centro do terreno e ultrapassando adversários. O cabo-verdiano rematou colocado, José Sá ainda tocou na bola, mas não evitou o segundo golo da equipa de Guimarães.

Perto do final, ainda houve tempo para uma jogada de perigo para cada uma das equipas. Soares roubou a bola com a cabeça a Jubal e arrancou para a baliza. O brasileiro demorou muito tempo e o remate foi bloqueado pela defesa adversária. Na outra baliza, Junior Tallo não chegou por centímetros a um cruzamento para reduzir ainda mais a diferença no marcador e o jogo terminou com esse resultado: 4-2.

Com a vitória em casa frente ao Vitória Sport Clube, o Porto fecha a primeira metade da Liga Nos em primeiro lugar, a dois pontos do Sporting.

“Queremos fazer igual ou melhor na segunda volta”

Na conferência de imprensa, Sérgio Conceição, treinador portista, demonstrou orgulho nos seus jogadores e em estarem “a fazer um trabalho excelente”. Estando o FC Porto em primeiro lugar no final da primeira volta, o comandante dos dragões mostrou-se ambicioso quanto ao futuro: “queremos fazer igual ou melhor na segunda volta. É um bom sentimento.”

Relativamente à primeira parte, confessou que os seus jogadores entraram “algo ansiosos e precipitados”. “Errámos passes que normalmente não erramos”, sublinhou o técnico que atribuiu o facto à vontade dos jogadores: “quererem fazer as coisas à pressa”, notou.

Acerca da grande entrada na segunda parte, o técnico dos dragões afirmou ter corrigido alguns pormenores no intervalo e disse aos jogadores que teriam que ser “a equipa que tinham sido até ao momento”. Acrescentou também que “é difícil para qualquer equipa aguentar a intensidade” dos azuis e brancos.

Sérgio Conceição elogiou a prestação do adversário e vincou que “o Vitória ocupou bem os espaços. Foi um adversário capaz, com qualidade.”

“Vi poucas equipas a fazerem aqui o que nós fizemos”

Pedro Martins, treinador do Vitória de Guimarães, falou da diferença entre a primeira e a segunda parte da sua equipa: “Fizemos uma primeira parte de grande qualidade, mas não conseguimos ser consistentes. Sabíamos que o Porto ia entrar melhor”.

O técnico vitoriano considerou justa a vitória dos azuis e brancos e afirmou: “vi poucas equipas a fazerem aqui o que nós fizemos. Nem concorrentes ao título”, apontou.

Pedro Martins prevê uma boa segunda volta para a sua equipa e rematou: “Há equipas a fazerem um grande campeonato e só estão a quatro pontos de nós”.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro