A final do Europeu de futsal 2018 está marcada para sábado, dia 10, às 19h45 em Ljubljana, Eslovénia. Portugal defronta a Espanha no jogo do título e o duelo não se avizinha fácil. A seleção espanhola venceu o Europeu por sete vezes (1996, 2001, 2005, 2007, 2010, 2012 e 2016) e procura agora levar o troféu de 2018 para casa.

Portugal chegou à final depois de derrotar a Rússia por 3-2 com golos de André Coelho (bis) e Bruno Coelho. Já a Espanha venceu o Cazaquistão nas grandes penalidades (3-1) depois de um empate a cinco bolas no período regulamentar.

Portugal e Espanha já se defrontaram por uma vez em finais de europeus. Em 2010, na Hungria, a seleção das quinas foi derrotada por 4-2 e a Espanha venceu o seu quinto título europeu. Em 2012 e em 2016 os “nuestros hermanos” repetiram o feito e alcançaram as sete conquistas em europeus.

Espanha: Um gigante do futsal

Espanha é um dos nomes maiores do futsal. Em dez edições de europeus, os espanhóis venceram sete e marcaram presença na final em nove. As contas são fáceis de fazer: a Espanha falhou apenas duas finais de europeus e perdeu apenas uma em que jogou. Nas duas finais que Espanha falhou – 2003 e 2014 – o conjunto de Venancio Lopéz alcançou um terceiro lugar.

Os números são avassaladores e se juntarmos o Mundial a estas contas, aumentam ainda mais. A seleção espanhola foi campeã em 2000 e 2004, vice-campeã em 1996, 2008 e 2012 e ainda um terceiro lugar em 1992.

A La Roja conta com alguns dos melhores jogadores europeus da modalidade: Miguelín, Pola, Carlos Ortiz e Álex Yepes são algumas das maiores ameaças para o conjunto português. O técnico Vencancio Lopéz levou 14 homens ao europeu da Eslovénia:

Guarda-Redes: Jesus Herrero (Inter Movistar), Paco Sedano (FC Barcelona) e Carlos Barrón (Palma Futsal)

Fixos: Marc Tolrá (FC Barcelona), Carlos Ortiz (Inter Movistar) e Bebe (Inter Movistar)

Alas: Pola (Inter Movistar), Adolfo (FC Barcelona), Joselito (FC Barcelona), Miguelin (El Pozo), Lin (MKF KPRF) e Sergio Lozano (FC Barcelona)

Pivot: Álex Yepes (El Pozo), Rafa Usín (Osasuna Magna) e Solano (Inter Movistar)

Os comandados de Venancio Lopéz garantiram a passagem à final do Europeu de futsal 2018. UEFA

A Espanha passou em primeiro no lugar do Grupo D com quatro pontos: começou por vencer o Azerbaijão por 1-0 no jogo de estreia e empatou (4-4) com a França no segundo encontro da fase de grupos. Nos quartos de final levou de vencida a Ucrânia com uma vitória pela margem mínima (1-0). Nas meias-finais foi mais forte nos penaltis e derrotou o Cazaquistão (3-1).

Segue-se o jogo da grande final com a equipa portuguesa. A História favorece os espanhóis, mas Portugal tem o melhor marcador da prova – Ricardinho – e ainda o melhor ataque da competição (20 golos). Além disso, a Espanha vai defrontar a única equipa que ganhou todos os jogos até à final.

“A final é um jogo para disfrutar”

Pedro Catita, especialista em futsal, falou com o JPN sobre a final de sábado e contou que o jogo vai ser “um momento histórico para Portugal” e “um momento para disfrutar”. O conjunto de Jorge Braz chega a uma final europeia pela segunda vez na História o que mostra que “há um desenvolvimento na modalidade” em Portugal.

Para Pedro Catita não há um favorito: “Ambas as equipas têm pontos fortes e debilidades que podem ser exploradas, mas a Espanha já não tem o avanço que tinha há uns anos. As duas equipas são equilibradas e o vencedor é imprevisível. É 50/50.”

Questionado acerca dos pontos fortes da seleção espanhola, Catita abordou o “guarda-redes de grande qualidade” e uma “equipa muito competitiva e confortável neste tipo de ambiente”.

“A tradição defensiva e ofensiva, as bolas paradas, a finalização, o fechar do corredor central, entre outros, fazem da Espanha uma das melhores seleções do mundo”, explicou.

“Portugal apresenta o rendimento mais elevado neste Europeu”

Apesar de ter “mais traquejo neste tipo de jogos” devido às muitas conquistas a nível europeu e mundial, a Espanha “não tem favoritismo”, na opinião de Pedro Catita. “Portugal apresenta o nível médio de rendimento mais elevado, conseguiu marcar 20 golos e venceu os quatro jogos até agora. A Espanha tem esses troféus mas não é favorita para sábado”, adiantou.

Miguelín, Pola, Ortiz, Alex e Bebe são os jogadores que podem criar mais dores de cabeça à equipa portuguesa, conta o especialista. Apesar disso, o ponto mais forte da Espanha é, na visão do especialista, o coletivo: “Portugal e Espanha são as seleções mais fortes deste campeonato, a par do Cazaquistão. Mas o mais forte das seleções finalistas é mesmo o seu coletivo, apesar de terem individualidades com grande capacidade desequilibradora.”

Catita destacou ainda que Portugal conta com jogadores muito jovens e que isso é fruto da exigência da competição a que têm sido habituados desde cedo: “Não era normal há uns anos que jogadores com 22, 23, 24 anos jogassem a este nível. Isso é fruto dos jogos internacionais, tanto nos clubes como nas seleções, de nível elevado.”

A acompanhar o europeu desde a Eslovénia, Pedro Catita reforçou ainda que esta “é a primeira final desde há muito tempo em que não há brasileiros naturalizados.”

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro