Depois da derrota pesada frente ao Liverpool a meio da semana, o FC Porto voltou ao Estádio do Dragão este domingo para receber o Rio Ave. No segundo lugar do campeonato, à condição, a equipa de Sérgio Conceição precisava de vencer para recuperar a liderança isolada. A missão foi integralmente cumprida, com os azuis e brancos a golearem o Rio Ave por 5-0.

Os dragões chegaram à vantagem logo aos dois minutos da partida e foram para o intervalo a vencer por 3-0. No segundo tempo, a partida ainda começou equilibrada, mas nos instantes finais os azuis e brancos marcaram por mais duas vezes.

Casillas no campeonato mais de quatro meses depois

A primeira surpresa da tarde deu-se ainda antes do apito inicial de Carlos Xistra. Depois de um largo período como suplente, Casillas foi novamente chamado por Sérgio Conceição para o campeonato, algo que já não acontecia desde o empate com o Sporting a 1 de outubro.

Além do experiente guardião espanhol, Corona e Maxi Pereira foram as outras alterações no conjunto portista em relação ao jogo da Liga dos Campeões. Já do lado do Rio Ave, Miguel Cardoso repetiu o onze da última jornada.

Dragão entrou com toda a chama

A equipa da casa entrou decidida a regressar às vitórias e chegou ao golo logo aos dois minutos de jogo. Cruzamento de Alex Telles na esquerda, Soares toca a bola para trás e Sérgio Oliveira surge para rematar colocado junto ao poste direito da baliza de Cássio.

O golo madrugador animou o FC Porto que, em vantagem, conseguiu desde cedo anular a estratégia do Rio Ave. A equipa de Miguel Cardoso tentava jogar subida no terreno e encarar os dragões olhos nos olhos, mas os azuis e brancos aproveitavam bem o espaço concedido pelo adversário para criar perigo.

À passagem do primeiro quarto de hora, a equipa da casa esteve perto de ampliar, desta vez de bola parada. Soares, servido por Corona, obrigou Tarantini à falta numa altura em que seguia sozinho para a baliza de Cássio. Na conversão, Brahimi dispara forte e a bola, depois de um desvio do guarda-redes, acaba por sair depois de bater com estrondo na barra.

Depois da tempestade, a bonança de Soares

O segundo golo adivinhava-se e acabou por chegar aos 22 minutos, em mais uma jogada com início num cruzamento de Alex Telles. O lateral, na sequência de um canto, levantou na esquerda e Soares, mais alto que a defesa do Rio Ave, surgiu para cabecear para a baliza de Cássio, com a bola a beijar a trave antes de entrar.

O brasileiro, que passou por um período conturbado depois de uma desavença com Sérgio Conceição, atravessa agora o seu melhor momento da época e chegou assim ao quarto golo nos últimos quatro jogos.

Depois do segundo golo, a equipa portista tirou o pé do acelerador e o Rio Ave cresceu no encontro. No entanto, numa altura em que a equipa de Miguel Cardoso até atravessava o seu melhor período, foi mais uma vez o Porto a chegar ao golo, aos 36 minutos. Numa boa transição rápida, Marega combina com Brahimi, o argelino devolve e o avançado consegue ampliar, depois de um desvio de Marcelo trair Cássio.

A perder por 3-0, a equipa de Miguel Cardoso ainda tentou reduzir até ao intervalo, mas não conseguiu mais do que assustar Casillas. O guarda-redes espanhol viu Alex Telles roubar o golo a Guedes numa altura em que o avançado do Rio Ave se preparava para encostar um cruzamento rasteiro.

Rio Ave mais tranquilo no segundo tempo

A segunda parte arrancou tal como terminou a primeira: com novo sobressalto para Casillas. Desta vez foi João Novais, na sequência de um livre direto, a obrigar o guarda-redes espanhol a ir à relva para uma defesa apertada.

O médio dos vilacondenses voltou a testar Casillas aos 54 minutos, mas o espanhol voltou a levar a melhor ao travar o remate de meia distância do português.

O jogo entrou num período mais morno, sem grandes destaques. O FC Porto não revelava a mesma acutilância ofensiva para ampliar e o Rio Ave, embora mais expedito, continuava a não conseguir testar Casillas para além dos remates de meia distância.

Insatisfeitos, ambos os treinadores optaram por mexer. Do lado do Rio Ave, Miguel Cardoso fez entrar Nuno Santos para o lugar de Barreto. Já Sérgio Conceição respondeu com a entrada de Óliver Torres, que rendeu Sérgio Oliveira.

Logo após as substituições o Porto chegou ao quarto. Depois de mais uma assistência de Alex Telles, desta vez na cobrança de um livre lateral, Marega ganha de cabeça e coloca o resultado em 4-0.

Goleada deu para a estreia de Diogo Dalot no campeonato

Com a vitória assegurada, Sérgio Conceição aproveitou para dar os primeiros minutos no campeonato ao jovem Diogo Dalot. O defesa de 18 anos, que tinha realizado apenas um jogo como sénior, para a Taça de Portugal, entrou aos 74 minutos para o lugar de Alex Telles, perante grande ovação do público do Dragão.

Os dragões reagiram bem às alterações e, já com Hernâni também em campo, ainda foram a tempo de ampliar. Numa jogada confusa, em que os dragões começaram por reclamar penálti, Maxi assistiu Soares, que desviou para o segundo da conta pessoal. O golo ainda foi anulado mas, depois de largos segundos de consulta ao videoárbitro, Carlos Xistra voltou atrás na decisão e validou o último tento da noite.

“Era importante a equipa não pensar hoje no jogo com o Liverpool”

No final do encontro, Sérgio Conceição salientou que foi importante a equipa não ter pensado no resultado do jogo com o Liverpool durante a partida.

O técnico portista abordou ainda a titularidade de Casillas, lembrando que todos os jogadores são importantes e afirmando que a opção “não se deveu ao jogo com o Liverpool”.

“A dimensão atlética dos jogadores do Porto é difícil de contrariar”

Já Miguel Cardoso lamentou a eficácia dos dragões, sobretudo nas bolas paradas, mas elogiou a exibição da sua equipa no arranque da segunda parte.

O técnico do Rio Ave realçou ainda a dimensão atlética dos jogadores do FC Porto que, referiu, “é difícil de contrariar”.

Artigo editado por Filipa Silva