A 17ª edição dos Mundiais de pista coberta decorreu em Birmingham, entre 1 e 4 de março. Portugal alcançou uma medalha de bronze e bateu dois recordes nacionais (Nelson Évora e estafeta feminina). Para o diretor técnico da seleção, José Santos foi uma boa prestação: “Ganhámos uma medalha, é sempre bom”.

A única medalha portuguesa foi a de Nelson Évora no triplo salto. O triplista saltou 17,40 metros no terceiro ensaio e segurou o bronze, ficando atrás do norte-americano, Will Claye – primeiro com 17,43 metros – e do brasileiro, Almir dos Santos – segundo com 17,41 metros.

O atleta português ficou a três centímetros do primeiro lugar. Ainda assim, conseguiu superar o recorde nacional de 17,33 metros alcançado pelo próprio em 2008. Até ao momento, Nelson Évora conta com nove medalhas em competições internacionais – Jogos Olímpicos, Europeus e Mundiais -, sendo que o bronze do Mundial deste fim de semana corresponde à 13ª medalha portuguesa em Mundiais de pista coberta.

Na estafeta feminina de 4×400 metros: Filipa Martins, Cátia Azevedo, Rivinilda Mentai e Dorothe Évora concluíram a prova em último lugar na série e em oitavo no geral. Com três minutos e 35,43 segundos bateram o recorde nacional de pista coberta em seis segundos, ficando apenas a dois lugares da final. Os Estados Unidos venceram a estafeta feminina com três minutos e 25,85 segundos.

O selecionador nacional elogiou a prestação de Lecabela Quaresma que foi finalista nas provas combinadas. A atleta surpreendeu ao alcançar a melhor marca portuguesa deste ano e a terceira melhor marca pessoal com um total de 4.424 pontos, terminando a competição em oitavo.

Nas restantes provas, Lecabela Quaresma ficou perto de bater os próprios recordes nacionais: com 1,76 metros no salto em altura, 6,01 no salto em comprimento, 14,12 metros no lançamento de peso, 8,51 segundos nos 60 metros barreiras, e dois minutos e 19,85 segundos nos 800 metros.

“Quando há uma lesão num atleta há sempre um ponto baixo”.

Quanto a Tsanko Arnaudov, José Santos admite: “Foi pena o Tsanko não se ter classificado para a final”. O atleta português teve problemas nos ensaios e, mais tarde, acabou por se lesionar. “Quando há uma lesão num atleta há sempre um ponto baixo”, justifica José Santos.

Recorde-se que Tsanko Arnaudov ficou em 12º lugar na competição. O recordista nacional conseguiu 19,83 metros no segundo ensaio, sendo que os restantes foram nulos. A prestação de Arnaudov ficou longe do recorde nacional alcançado pelo próprio há duas semanas, em Pombal (21,27 metros). O vencedor da prova foi o neozelandês Thomas Walsh com 22,13 metros.

Relativamente aos restantes atletas, o diretor técnico admite que estiveram dentro do que era esperado.

Balanço das restantes provas

Nos 60 metros, Lorène Bazolo foi sexta na eliminatória, com 7, 39 segundos, o que ditou o seu afastamento da prova, terminando em 34º no quadro geral. Cátia Azevedo concluiu a prova de 400 metros em 29º lugar, em 54,17 segundos.

Nesta edição do Mundial de pista coberta, realizou-se uma cerimónia de entrega de medalhas do salto em comprimento relativas ao Mundial de 2006. De recordar que Naide Gomes tinha terminado a competição em terceiro. Contudo, após ter sido descoberto que a atleta russa Tatiana Kotova estava dopada, a  triplista portuguesa subiu um lugar no pódio, terminado, assim, em segundo lugar. A atleta americana Tiana Bartoletta chegou ao ouro e Concha Montaner, atleta espanhola, conseguiu o bronze.

Classificações

O grande vencedor da 17ª edição dos Mundiais de pista coberta foram os Estados Unidos com 18 medalhas no total, distanciando-se largamente da Etiópia, segunda classificada, que obteve cinco medalhas. Com o mesmo número de medalhas, em terceiro, ficou a Polónia, com menos uma medalha de ouro que a Etiópia. Portugal terminou a competição em 24º com uma medalha de bronze alcançada por Nelson Évora, no triplo salto.

1º Estados Unidos ( 6 – ouro; 10 – prata; 2 – bronze) = 18 medalhas;
2º Etiópia ( 4 – ouro; 1 – prata) = 5 medalhas;
3º Polónia ( 2 – ouro; 2 – prata; 1 – ouro) = 5 medalhas;
(…)
24º Portugal (1 – bronze) = 1 medalha.

Europeu em Berlim

Portugal vai participar no europeu em Berlim, de 7 a 12 de Agosto. José Santos acrescenta que para esta competição vão levar mais atletas, o que poderá melhorar a prestação portuguesa, uma vez que “são campeonatos em que não participam países de todo o mundo e temos mais possibilidades de ter melhores prestações”.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro