Na reunião de Câmara do Porto que decorreu esta terça-feira Eduardo Souto de Moura, convidado por Rui Moreira, apresentou o projeto encomendado pela Time Out para a Estação de São Bento. O projeto do arquiteto passa pela construção de uma torre com 21 metros e vista para os Clérigos.

Eduardo Souto de Moura afirmou que a torre, inicialmente, ia ter 18 metros, mas que vai ser adaptada para 21 metros. Acrescentou ainda que o edifício vai ter apenas um piso no topo, onde vai haver um bar/restaurante, com “a torre dos Clérigos como plano de fundo” e, ainda, esplanadas com telhados aquecidos.

Tendo em conta que grande parte dos armazéns da ala sul da estação ferroviária estão abandonados e a rua não tem saída, o arquiteto portuense admitiu que o projeto deveria aproveitar as potencialidades do espaço. Uma delas passa pelo desenvolvimento da restauração na praça longitudinal da Rua da Madeira.

Ao longo da praça vão poder realizar-se atividades culturais como “pequenos concertos de jazz”. A torre, por sua vez, vai garantir todas as condições de acesso a pessoas com mobilidade reduzida

Projeto para São Bento

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, justifica que decidiu ouvir Eduardo Souto de Moura na reunião de Câmara, uma vez que o assunto tem criado “alguma contestação e polémica”, afirma. Para Rui Moreira, é importante ouvir o que o arquiteto portuense tem a dizer sobre o projeto para a ala sul da Estação de São Bento.

O autarca acredita que o plano de Eduardo Souto de Moura é uma mais valia e que, enquanto presidente da Câmara, vai estar de acordo com a execução do projeto: “Seria uma pena daqui a 100 anos sermos julgados por não termos sido capazes de deixar uma obra de relevo de um prémio Pritzker no Porto, quando hoje temos na cidade arquitetos como Souto Moura ou Siza Vieira”.

Rui Moreira não afasta a possibilidade de se proporcionar uma “ligação transversal à Rua 31 de janeiro” que concilie os interesses públicos e privados.

O projeto está sob a alçada da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU). No entanto, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) solicitou a análise por parte do comité da UNESCO.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro