“We can do I.T.!” é o nome da campanha nacional da Altran Portugal e do Secretariado de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que visa mostrar que as mulheres também têm lugar na informática. Durante a manhã desta quinta-feira, duas consultoras da empresa partilharam experiências com os alunos da Escola Secundária Rodrigues de Freitas e discutiram os desafios que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho.

Os testemunhos foram de Ana Santos e Geslie Costa, ambas engenheiras na Altran Portugal, entidade que emprega cerca de 1800 pessoas em Portugal. Ainda que apenas 30% dos trabalhadores sejam mulheres, são elas que predominam nos cargos de liderança.

Os estudantes do 12º ano conheceram o percurso das duas consultoras, que focaram a atenção no papel da mulher em áreas como a informática e a tecnologia.

Durante a conversa, a bioengenharia e, sobretudo, a bioinformática foram apontadas como as áreas do futuro. “Há muito mais trabalho do que pessoas disponíveis”, afirmou Ricardo Dias, do departamento de Comunicação e Marketing da Altran Portugal.

“Antes de entrar na Altran associava a informática aos rapazes”

Ana Santos trabalha na empresa há apenas um ano e admite que antes de começar tinha um certo preconceito em relação a esta área. “Antes de entrar na Altran não me via a trabalhar na área de IT e de engenharia e associava a informática aos rapazes”, conta a consultora.

Formada em Bioquímica, Ana Santos explicou aos alunos que hoje em dia todas as áreas estão ligadas à informática e que vai ser necessário recrutar cada vez mais pessoas neste setor. Além disso, “os empregos são valorizados, ao contrário de outras áreas onde se calhar há empregos mais precários, com condições menos boas”, esclarece.

Quanto às tarefas que desempenha, às responsabilidades e ao salário “são exatamente iguais” às dos seus colegas homens.

A informática “é uma carreira que abre portas no mundo todo”

Geslie Costa é engenheira informática, brasileira, e está no mercado da tecnologia há 14 anos. Em conversa com os alunos, a consultora confessou que optou por esta área porque os irmãos “lhe deram um empurrãozinho”. Ainda assim, quando decidiu mudar-se para Portugal, sabia que “estaria amparada por uma carreira que abre portas no mundo todo”.

Acreditar nas próprias capacidades e ter sempre a mente aberta a novas oportunidades foram as duas principais mensagens que Geslie Costa quis transmitir aos estudantes da Escola Secundária Rodrigues de Freitas.

A engenheira da Altran Portugal não duvida que as mulheres têm todas as capacidades para liderar um negócio bem sucedido e confessa que estar num mercado dominado por homens só a fez sentir mais forte.

“Nunca senti nenhum preconceito por ser mulher, por ser estrangeira ou por ser mãe recentemente”

A consultora afirmou ainda nunca ter sentido nenhum tipo de preconceito “por ser mulher, por ser estrangeira ou por ser mãe recentemente”. Ainda assim, lembra que, há alguns anos atrás, a realidade não era tão otimista. “A mulher está ali porque é bonita, porque é filha ou porque tem algum vínculo de parentesco com alguém que está lá dentro” era o pensamento que vigorava.

Atualmente, acredita que a sociedade está a desconstruir esses preconceitos, o que mostra que a evolução tecnológica está também a levar à mudança no “pensamento de algumas pessoas dentro da tecnologia”.

A campanha da Altran Portugal está a decorrer simultaneamente em escolas em Lisboa e no Fundão.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro