O Programa de Promoção da Aprendizagem da Língua Portuguesa foi apresentado esta sexta-feira na Câmara Municipal do Porto. A medida, incluída nos Planos Integrados e Inovadores de Combate ao Insucesso Escolar, pretende fomentar a leitura e aprendizagem da Língua Portuguesa desde o ensino pré-escolar até ao secundário. O programa faz parte da candidatura da Área Metropolitana do Porto ao Norte 2020 e tem um orçamento de um milhão de euros.

O projecto resulta de uma parceria com o Instituto Politécnico do Porto (IPP), o Centro de Investigação e Intervenção na Leitura (CiiL), os agrupamentos e escolas envolvidos, o Conservatório de Música do Porto, a Escola Secundária Filipa de Vilhena e a Escola Artística Soares dos Reis.

Ao JPN, Ana Sucena, coordenadora do plano, explicou que, desde setembro de 2015, o programa foi experimentado em sete escolas de quatro agrupamentos do município do Porto, tendo apoiado 613 crianças.

A investigadora adianta que, desde aí, o programa conseguiu “diminuir a percentagem de crianças em risco no início do primeiro ano graças à intervenção no jardim de infância”.

“Já com as crianças que no início do 1º ano revelaram fragilidades, conseguimos ter 80% de sucesso e levá-las a obter resultados positivos”, sustenta Ana Sucena, que acrescenta que “a primeira causa apontada pelos professores para a retenção ao nível do 2º ano é o défice de competências de leitura”.

A intervenção nas escolas reduziu ainda em 12% as classificações negativas e em 30% as retenções e desistências escolares.

Berta Lima, investigadora do CiiL, adiantou que, a partir de agora, o programa vai agora abranger 4.700 alunos dos 16 agrupamentos de escolas do Porto.

Alcançar a “equidade, eficiência e qualidade educativas”

O programa – que segundo Fernando Paulo, vereador da Educação, promove a “equidade, eficiência e qualidade educativas” – estrutura-se em duas ações distintas.

A primeira é destinada aos alunos do pré-escolar e do 1º ano e vai ser desenvolvida em sala de aula semanalmente, com o apoio de técnicos do CiiL. Ao nível do jardim de infância, a estratégia é preventiva e pretende dotar as crianças de capacidades pré-leitoras através de componentes lúdicas.

A segunda, denominada de “A falar é que a gente se entende”, dirige-se aos alunos do 3º ciclo e ensino secundário.

A intervenção recai sobre os grupos com maior risco de não adquirirem as competências necessárias na língua materna, sinalizados na escola durante o primeiro período escolar – de setembro a dezembro. Neste caso, a estratégia passa pela criação de laboratórios onde os alunos vão poder desenvolver formatos e técnicas que privilegiam a capacidade da expressão oral e escrita.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro