Mara Flora Costa sempre se interessou por moda. Com o passar dos anos, esta paixão foi-se tornando cada vez mais forte e, na altura de tomar decisões, seguir design nesta área pareceu-lhe o caminho certo.
Acabou por estudar na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, onde terminou a licenciatura em design de moda em 2014. Durante o curso percorreu um caminho “de autodescoberta e de experimentação, essencial para o desenvolvimento da [sua] linguagem enquanto criadora. Linguagem essa que tem sido transitória, mas ao mesmo tempo consistente”, reflete.
Desde aí, colaborou com produtores de moda, designers, fotógrafos e stylists em diversos eventos. Estagiou ainda no atelier de Alexandra Moura, em Lisboa.
Agora decidiu participar no concurso do Portugal Fashion. A designer considera que o Bloom é “a plataforma mais idónea existente em Portugal para a projeção de novos criadores”. “É importante saber que nós, enquanto criadores, temos o apoio de um sistema que valoriza e acredita na nossa visão e no nosso trabalho”, acrescenta.
Raf Simons, Margiela, Yohji Yamamoto, Grace Wales Bonner e Kate Moss aparecem nos seus quadros de inspiração. São estas as referências que tem em mente quando desenha peças que falam. Mais do que serem esteticamente agradáveis, as criações de Mara Flora “pretendem comunicar, transmitir alguma coisa. Quem as entender saberá como e o porquê de as usar”.
A coleção do Portugal Fashion
O Ocidente e o Oriente cruzam-se na coleção de Mara Flora. O universo cultural que resulta dessa fusão assume compatibilidades e divergências que se aliam: o vulgar e o sublime, o puro e o industrial, a escassez e a abundância.
Tudo terá começado com o filme The Pillow Book, conta a concorrente ao JPN: “No meio de uma estranha dimensão intelectual e emocional, encontro-me em Hong Kong dos anos noventa, assimilando um universo cultural que me é servido por uma intensa e embriagante profusão visual.”
Num jogo de contrastes, os materiais virgens unem-se aos artificiais. O “passado ecoa na caligrafia tradicional”, enquanto que o presente se acende em “neons capitalistas”, resultando numa “semiótica convulsiva”.
Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro