Na Sessão Solene comemorativa dos 107 anos do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, reitor da Universidade do Porto, falou, no seu discurso, da necessidade de inovação da UP, dos empreendimentos que a instituição fez e dos que ainda pretende fazer e, ainda, da internacionalização da universidade.

Na primeira parte do discurso, Sebastião Feyo de Azevedo, realçou a “honra em servir a Universidade do Porto” e enalteceu o lugar que a instituição ocupa a nível mundial e europeu. Números relativos ao orçamento e a unidades de investigação foram, também, apresentados na parte inicial do discurso do reitor.

O reitor da Universidade do Porto, recandidato ao cargo, não esqueceu os temas que têm vindo a ser debatidos, entre eles, a questão do corte das vagas. No entanto, apesar de não se mostrar de acordo com a medida, não quis falar do assunto com a justificação de que era pertinente falar, sim, “de temas genuinamente relevantes para o futuro”.

1) Programa de reabilitação

Relativamente ao programa de reabilitação, o reitor da UP mencionou um “investimento total de 45 milhões de euros”, sendo que desses 25 milhões serão “executados para os próximos dois anos”.

A conclusão da “requalificação da envolvente exterior da Faculdade de Arquitetura” foi referida por Sebastião Feyo como uma das “principais intervenções” do programa.

O reitor da Universidade do Porto lembrou ainda que a intervenção patrimonial “inclui também as faculdades de Economia e de Belas Artes, bem como a instalação da Faculdade de Ciências da Nutrição no antigo edifício do IBMC/INEB”.

A “reabilitação do Palacete Burmester” na Faculdade de Letras está, segundo avançou o reitor, também prevista.

2) Corte das vagas

“O corte de 5% das vagas no Porto e em Lisboa, seguramente, não resolvem coisa nenhuma do que é sugerido que resolvem”, assegurou o reitor da Universidade do Porto.

Para Sebastião Feyo de Azevedo, “o que resolve problemas de território são ações em projetos integrados e não o corte de 5% das vagas que irão alimentar, provavelmente, Coimbra, Aveiro e Minho”.

Apesar de apontar esta medida como um problema, juntamente com a regularização dos Precários do Estado e o descongelamento das carreiras na função pública, o reitor da UP não quis “falar destes assuntos” e preferiu falar de temas relativos ao futuro.

3) Alojamentos e outros problemas

O reitor foi muito breve ao falar de alguns problemas que, ultimamente, têm vindo a ser contestados. Desta vez a referência foi à questão dos alojamentos, que mereceu a seguinte observação de Sebastião Feyo de Azevedo: “O problema dos alojamentos é um problema de primeira dimensão, do imediato e do médio prazo que nós temos que resolver”.

O reitor da Universidade do Porto rematou: ” A coesão social, o equilíbrio territorial, a empregabilidade jovem, o envelhecimento populacional, a competitividade económica e a convergência com a Europa são questões para as quais podemos ainda dar um maior contributo, em parceria com as autoridades locais, regionais e nacionais”.

4) Empregabilidade

No que diz respeito ao futuro dos alunos da instituição, o reitor da UP assegurou: “A Universidade do Porto não apenas assegura as condições necessárias ao sucesso escolar dos seus estudantes, como procura fomentar a sua empregabilidade”.

Para esclarecer a afirmação, Sebastião Feyo de Azevedo começou por enumerar algumas das estratégias para a “promoção de empregabilidade” implementadas pela Universidade do Porto.

Sebastião Feyo de Azevedo assinalou os “sete projetos de investigação e inovação”, preparados no âmbito da UNorte.pt, tidos como significativos para a “especialização regional baseada no conhecimento e na inovação”.

A Feira Internacional de Emprego (FINDE.U) é uma das iniciativas da estratégia. O reitor da UP destacou as “mais de três mil oportunidades de emprego e estágio” e os 13 mil currículos “entregues por estudantes e diplomados” que a FINDE.U teve, pelo terceiro ano consecutivo, no Porto e em Vigo.

A “assinatura de protocolos com mais de 55 câmaras municipais de todo o país” foi, também, apontada pelo reitor como uma medida com o objetivo de potenciar emprego aos diplomados e “combater a desertificação”.

5) Rankings e Orçamento

“Temos vindo a trilhar uma trajetória ascendente de qualidade, em todas as áreas, como todos os indicadores da nossa atividade o indicam, estando hoje a universidade num patamar nunca antes atingido na nossa história”, começou por dizer Sebastião Feyo de Azevedo.

O “orçamento consolidado” da universidade ronda, segundo Sebastião Feyo de Azevedo, os “296 milhões de euros”. Ainda dentro da matéria de números, o reitor da UP realçou o facto da instituição enquadrar 49 Unidades de Investigação, responsáveis por “24% da produção científica nacional” e, ainda, do pedido de “12 patentes europeias”, ligadas às áreas das TIC e saúde.

“Pode dizer-se com segurança que a UP se encontra entre as 350 melhores universidades do mundo”

O reitor da Universidade do Porto salientou o facto da instituição estar associada ao Porto Business School e de ser a universidade “mais procurada do país”: “Pode dizer-se com segurança que a UP se encontra entre as 350 melhores universidades do mundo”. Mas, a nível europeu, situa-se “nos 100 primeiros lugares e, em algumas áreas, nos 50 primeiros lugares”.

As “181 empresas já instaladas” e as “64 empresas já graduadas” no Parque Universitário de Ciência e Tecnologia de Portugal (UPTEC), também foram apontadas no discurso do reitor. Sebastião Feyo de Azevedo falou dos cerca de “2400 postos de trabalho altamente qualificados” gerados, que contribuem com “mais de 18o milhões de euros” e têm um impacto em impostos “de mais de 39 milhões de euros”.

6) Futuro: transformação digital

O responsável pela UP realçou o projeto de Educação “sem fronteiras e sem paredes”, lançado no seu mandato: “É indispensável repensar os processos de ensino e aprendizagem à luz das potencialidades das tecnologias digitais, tendo em vista avançar para uma oferta dual – de cursos on-campus e online.

Sebastião Feyo de Azevedo questiona: “Como será um dia na vida de um estudante em 2030?”. Como resposta, realça o programa de seleção e financiamento de Unidades Curriculares de Inovação Pedagógica e a AcademiaUP – “interface e repositório da oferta formativa preparada por docentes e investigadores nesta nova visão de formação online”.

“O fortalecimento da inovação em áreas estratégicas é vital, nomeadamente na área da saúde”.

Ainda assim, o reitor lembra que o empreendimento para inovar deve ser feito através de um método pensado: “O fortalecimento da inovação em áreas estratégicas é vital, nomeadamente na área da saúde”.

A internacionalização é outro dos objetivos a melhorar. “A cooperação internacional é fundamental para a atração de talento, para a mobilidade dos recursos humanos, para a integração em redes transnacionais de conhecimento e para a captação de financiamento competitivo”, concluiu o reitor da UP.

 

Artigo editado Sara Beatriz Monteiro