“Coliseu Porto Ageas” vai ser o novo nome do histórico espaço cultural portuense. O Grupo Ageas Portugal passa a fazer parte do nome do Coliseu graças a uma parceria que envolve o financiamento de uma parte das obras que vão ser ali realizadas. Dos seis milhões de euros estimados pela Câmara Municipal do Porto (CMP) para as obras, o grupo vai investir até 1.8 milhões de euros, foi anunciado esta quarta-feira de manhã. A torre, a cobertura e os revestimentos interiores são os locais onde a intervenção é mais necessária.

Em conferência de imprensa, no átrio do Coliseu, Rui Moreira, presidente da CMP, mostrou-se “otimista” sobre o futuro da sala de espetáculos. “A Câmara do Porto fará o que for preciso para que o Coliseu se mantenha de pé, mantendo a sua função, o seu charme e a sua glória”, garantiu.

Eduardo Paz Barroso, presidente do Coliseu, sublinhou a necessidade das obras para que o Coliseu possa manter as portas abertas. “O Coliseu precisa de obras, que, se não forem feitas, põem de novo em causa a sala e a sua função”, declarou o responsável.

O presidente da Câmara do Porto alertou também para o facto de esta ser uma “emergência tão urgente como a de 1995”. O Coliseu é propriedade da Associação dos Amigos do Coliseu, entidade fundada há 23 anos para evitar a venda do edifício à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

Rui Moreira assegurou que a Câmara “quer e pode fazer” o investimento necessário para reabilitar o Coliseu. Contudo, “por razões estritamente legais”, ainda não o pode fazer. “Está a ser ultimada uma solução jurídica que permita ao município intervir na gestão e investir neste equipamento”, explicou o presidente.

Segundo o protocolo entre o Coliseu do Porto e o grupo segurador, a Ageas Portugal vai financiar os trabalhos de requalificação do Coliseu com 900 mil euros em três anos, havendo ainda a possibilidade de renovação do período e do valor, totalizando 1.8 milhões de euros em seis anos. A parceria faz com que a sala de espetáculos adote o nome “Coliseu Porto Ageas”.

Para Stefan Braekeveldt, CEO do Grupo Ageas Portugal, “faz todo o sentido apostar no património nacional”. O responsável do grupo que tem sede em Bruxelas disse que a Ageas pretende “apostar em Portugal no longo prazo, do ponto de vista de desenvolvimento e de crescimento, mas também através de um papel ativo e responsável na sociedade. O Coliseu foi uma escolha óbvia, pelo simbolismo e pela diversidade, mas também pela visão futura que se pretende para este espaço”.

O contrato de patrocínio e a realização de obras vão ter agora de ser aprovadas pela Assembleia Geral da Associação dos Amigos do Coliseu. A reunião, de caráter extraordinário, foi convocada esta quarta-feira para 9 de abril, às 18h30.

Artigo editado por Filipa Silva