O uso de células estaminais no tratamento de doenças neurodegenerativas e “o comportamento de pessoas que cometem crimes violentos” são os temas centrais do PubhD, que ocorre hoje, às 21h30, no Pinguim Café, adiantou Filipa M. Ribeiro, uma das organizadoras do evento. Ana Rita Bento, mestre em Engenharia Biomédica, e Ana Rita Cruz, doutorada em Psicologia, são as responsáveis pelas apresentações.

Nottingham, na Inglaterra, foi o berço do conceito de PubhD, em 2014, que tem por objetivo divulgar ciência em ambientes informais. Filipa M. Ribeiro contou que a ideia rapidamente se espalhou pela Europa e chegou a Portugal em 2015. A primeira sessão realizou-se em Lisboa, mas, entretanto, estendeu-se a cidades como Braga, Évora e Porto.

Nestas sessões, os oradores “apresentam o seu projeto de doutoramento, em 10 minutos, sem qualquer recurso multimédia”, explicou a organizadora, responsável por trazer o projeto para a Invicta, em conjunto com Nuno Francisco e Ricardo Ferraz. que teve uma receção positiva.

“Como melhorar as terapias de células estaminais neurais com hidrogéis? Como se avalia o nível de violência e de capacidade cognitiva em indivíduos que cometem crimes violentos?” são as perguntas em torno das quais se vai desenrolar o PubhD deste mês, de acordo com nota de imprensa divulgada.

Ana Rita Bento está a fazer um doutoramento no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) que procura “desenvolver uma estratégia de engenharia para promover a extensão de neurites e a migração de células estaminais neurais em hidrogéis” e vai iniciar a sessão, com uma apresentação de 10 minutos.

Depois de 20 minutos de interação com o público, “geral, não especializado, que é precisamente o desafio ao nível de comunicação de ciência”, de acordo com Filipa M. Ribeiro, e um intervalo, geralmente utilizado pelo público para falarem um pouco mais com os investigadores, é a vez da apresentação de Ana Rita Cruz.

As sessões juntam uma média de 40 pessoas

A psicóloga doutorou-se na área através da Faculdade de Psicologia e de Ciência da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), “tendo estudado a associação entre défices em processos de tomada de decisão e crime violento e a relação entre criminalidade e comportamento antissocial”.

O evento tem tido uma receção positiva, de acordo com Filipa M. Ribeiro. “Tem sido uma surpresa agradável. Temos sempre em média 40 pessoas por sessão”, revelou. Ao mesmo tempo, salientou a importância de ver, muitas vezes, os investigadores responderem a perguntas às quais não estão habituados.

Isto porque as questões vêm “de pessoas de áreas muito diferentes ou de alguém que não tem qualquer formação académica, mas mesmo assim faz perguntas que os desafiam”, porque os obriga a saírem “da sua própria linguagem científica, do seu jargão, para poder tornar a sua mensagem e aquilo que fazem mais percetível ao público”, rematou.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro