O FC Porto cumpriu a sua missão e regressou às vitórias frente ao Desportivo das Aves (2-0) depois da derrota frente ao Belenenses na última jornada. Alex Telles e Otávio rapidamente resolveram a partida com dois golos nos minutos iniciais, resultado que se manteve até ao fim da partida.
Sérgio Conceição fez algumas mudanças no onze, em relação ao jogo do Restelo, Osório cedeu o lugar a Marcano e Maxi saiu para a entrada de Otávio. José Mota também fez mudanças com o regresso de Ponck (depois de cumprir castigo), Pedrinho, Falcão e Guedes que entraram de início para os lugares Jorge Felipe, Fariña, Nelson Lenho e Derley.
Indisponíveis para esta partida estavam, para o FC Porto, Marega e Corona. Do lado contrário, Lenho e Vítor Gomes não entraram nas opções devido a lesão.
Os dragões tinham contas para ajustar numa altura em que perderam a liderança a seis jornadas do fim. Entraram em campo pressionados a triunfar depois da vitória do Benfica em Setúbal.
O FC Porto vai visitar o Benfica na próxima jornada com apenas um ponto de atraso em relação aos encarnados.
Reagir cedo e com uma entrada forte no jogo
O FC Porto entrou na primeira parte de forma arrasadora ao marcar dois golos quando apenas se tinham passado onze minutos.
Alex Telles inaugurou o marcador aos oito minutos de penálti, depois de Nuno Almeida assinalar falta de Tissone sobre Ricardo na grande área do Aves.
Pouco tempo depois, aos onze minutos, marcou Otávio – uma das novidades no onze – num lance em que o defesa do Aves tenta aliviar a bola, mas acabou por bater nos pés do brasileiro.
A chuva não dava tréguas no Dragão e o FC Porto continuava a dominar o encontro frente ao Aves. Otávio e Brahimi criaram as principais jogadas ofensivas assim como Ricardo Pereira e Alex Telles que também conseguiam espaço para subir nos corredores.
Numa primeira parte com domínio portista claro, o Desportivo das Aves ainda conseguiu atacar com Amilton, aos 17 minutos, a correr sozinho no meio-campo, mas um corte de Felipe impediu o jogador de rematar.
Os azuis e brancos tiveram inúmeras oportunidades de alargar a vantagem com Soares aos 23 minutos e Brahimi aos 36 minutos a rematar na barra da baliza.
Até ao intervalo, os dragões continuaram a pressionar, e aos 44 minutos, Herrera ainda teve oportunidade de realizar uma boa jogada individual. Depois de ultrapassar vários adversários rematou para as mãos do guarda-redes avense.
Ainda na primeira parte, o Estádio do Dragão uniu-se para homenagear Danilo, ao minuto 22, número utilizado pelo médio.
De volta ao caminho das vitórias
Na segunda parte, o Desportivo das Aves entrou mais atrevido, com mais intensidade de jogo e a tentar sair em contra-ataque o que lhe permitiu alguns lances. Apesar disso, não foi suficiente para travar a superioridade dos dragões, que com o resultado favorável entraram mais confortáveis.
A equipa azul e branca entrou forte e com duas oportunidades logo de início, com um cabeceamento de Soares aos 55 minutos e de Aboubakar aos 59 minutos a serem defendidos por Adriano Facchini.
Alex Telles ainda tentou um remate à baliza e Ricardo um chapéu dentro da área, aos 68 minutos, mas Facchini impediu que fizessem o terceiro golo da noite.
O guarda-redes do Desportivo das Aves foi a grande figura da equipa e as suas várias intervenções evitaram um resultado mais alargado tendo em conta o forte domínio do FC Porto ao longo de toda a partida.
O FC Porto, mesmo sem deslumbrar, teve oportunidade de esquecer o passado – duas derrotas em três jogos – e regressar às vitórias.
A vantagem alcançada cedo permitiu aos dragões gerir o jogo de forma mais ponderada e já a pensar no Clássico frente aos encarnados, facto que se mostrou nas substituições feitas ao longo da partida.
Nos minutos finais, o Aves ainda tentou o golo de honra com Elhouni, que entrou no lugar de Pedrinho, aos 90 minutos, a rematar contra a baliza de Iker, mas a bola acabou por embater no poste.
Este foi também o encontro número 150 de Marcano de dragão ao peito. O espanhol é o terceiro central estrangeiro com mais jogos na história do FC Porto.
FC Porto cumpriu o pretendido e conseguiu os três pontos de extrema importância na reta final do campeonato. Já o Desportivo das Aves não conseguiu lidar com a entrada forte do adversário e mantém-se perto dos lugares de despromoção.
“Se é o avançado ou o Casillas a fazer golo, pouco me importa”
No final do encontro, Sérgio Conceição, sublinhou, em conferência de imprensa, que a equipa “entrou bem no jogo” o que permitiu marcar dois golos no inicio. O técnico admite que a primeira parte foi “muito bem conseguida”.
“Num ou outro momento, em termos daquilo que foi o nosso equilíbrio defensivo, podíamos e devíamos estar mais atentos”, afirmou o treinador.
Já na segunda parte destacou a mudança do Aves e que o clube manteve-se a criar “ocasiões de golo para fazer o 3-0”. Embora considere que o resultado não tenha sido espectacular afirma que nesta fase do campeonato “ninguém ganha por 4-0 ou 5-0”.
“Fizemos aquilo que nos competia, que era ganhar o jogo. São mais três pontos na nossa luta”, afirma o treinador. Acrescenta ainda que a comunicação entre os jogadores é “essencial”. Admite ainda que “foi uma semana difícil” pois a equipa não está habituada a “trabalhar em cima de derrotas”.
Quanto ao apoio demonstrado a Danilo, que está a recuperar de uma lesão, Sergio Conceição responde: “foi uma homenagem a um jogador extremamente sério e profissional. É um jogador à Porto”.
Confrontado com o clássico frente ao Benfica, no próximo sábado, Sérgio Conceição diz que não vão fugir da identidade portista.
“Todos os jogos têm ambientes e histórias diferentes. Domingo vai ser um jogo sobre o qual vamos ter tempo para falar e preparar da melhor maneira, não fugindo à intensidade da equipa e àquilo que queremos e vamos fazer nesse jogo”.
Quanto à falta de golos dos avançados, Sérgio Conceição, não se demonstrou preocupado, afirmando que “o Marega tem bastantes golos, o Aboubakar também, o Tiquinho, apesar de ter estado de fora, também fez golos” e admitiu: “Preocupava-me se não criássemos situações. Se é o avançado ou o Casillas a fazer golo, pouco me importa”.
“Tivemos as nossas oportunidades”
Para José Mota, o Desportivo das Aves não entrou bem na primeira parte e “toda a estratégia preparada não se concretizou”, mas destacou as oportunidades criadas pela equipa na segunda parte. Admitiu ainda que o FC Porto foi “um justo vencedor” e que “dominou o jogo”.
“Facilitámos no primeiro lance e depois aquele golo fortuito condicionou-nos. Na segunda parte fomos mais agressivos e dominantes. Tivemos as nossas oportunidades, e se as tivéssemos concretizado o jogo podia tomar uns contornos diferentes”, disse o treinador.
José Mota admitiu que as substituições adicionaram qualidade: “Tive que acrescentar algo mais em termos ofensivos e os jogadores que entraram acrescentaram mais qualidade”.
O FC Porto tem um ponto a menos que o Benfica, que está na liderança do campeonato com 74 pontos. O Desportivo das Aves está um ponto acima da linha de despromoção com 25 pontos e tem na próxima jornada um jogo importante para a manutenção, ao receber o Feirense no próximo sábado. Já o FC Porto desloca-se ao Estádio da Luz no próximo domingo, às 18h00 num jogo decisivo para as contas da liderança do campeonato.
Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro