Entre as 00h00 e as 23h59 desta sexta-feira, 13 de abril, os bilhetes para festivais como o NOS Alive, o Rock in Rio, o Meo Marés Vivas ou o Vodafone Paredes de Coura, vão ter preços mais baixos. Isto porque os ingressos vão ser vendidos pelo preço que teriam caso a taxa de IVA aplicada fosse de 6% e não de 13%, como atualmente acontece. A iniciativa “24 horas de cultura a 6%” é da Associação Portuguesa de Espectáculos, Festivais e Eventos (APEFE)  e surge após o lançamento de uma petição com o mesmo objetivo: pedir ao Governo a reposição do IVA a 6% nos bilhetes dos espetáculos ao vivo.

Álvaro Covões, vice-presidente da APEFE e proprietário da Everything is New que organiza o NOS Alive, explica ao JPN que o objetivo de aplicar o desconto serve para “que os portugueses e políticos percebam que, de facto, a reposição do IVA vai fazer baixar os preços”.

Além do NOS Alive, Rock in Rio, Marés Vivas e o Vodafone Paredes de Coura, o responsável da iniciativa dá outros exemplos de espetáculos ao vivo, cujo preço estará mais baixo esta sexta-feira. “Pelo menos 90% dos espetáculos vão estar mais baratos, como por exemplo espetáculos de Filipe La Féria, o concerto do Rui Veloso em Guimarães, a Cristina Branco no Tivoli e ‘O Principezinho’ no Teatro da Trindade INATEL”.

Em termos da diferença de preços, Álvaro Covões disse que um espetáculo que custe 10 euros vai passar a custar 9,35 euros. Já um bilhete diário para o NOS Alive, que custa 65 euros, vai custar 60,98 euros.

O promotor lembra que “quando a troika chegou a Portugal, foi pedido que os portugueses fizessem um sacrifício através do aumento da carga fiscal”. “Hoje, já quase tudo foi reposto. Só falta o IVA da cultura”, refere Álvaro Covões.

A cultura é um dos bens essenciais referidos na Constituição. Por causa disto, “o Estado está obrigado a garantir o acesso à Cultura perante os portugueses e faz sentido que o IVA seja reposto para a taxa mínima dos bens essenciais, que é 6%”, diz o promotor.

Segundo o vice-presidente da APEFE, os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que “cada português compra um bilhete a cada dois anos”. “As políticas culturais nos últimos seis anos não têm tido resultados em termos de afluência de público. Apesar de ter havido um crescimento nos espectadores nos espetáculos ao vivo, apenas 4.9 milhões de bilhetes foram vendidos. Isto são números de subdesenvolvimento”, assegura Álvaro Covões.

O promotor acredita que a reposição do IVA da cultura vai permitir que mais pessoas comprem bilhetes e assistam a espetáculos ao vivo. “Há pouco poder de compra. Tudo o que for mais barato, chegará a mais gente. Estamos convencidos que chegaremos a mais gente”, conclui.

A petição online, publicada pela APEFE e dirigida à Assembleia da República, já ultrapassa as 3.500 assinaturas.

Artigo editado por Filipa Silva