As portas do Palácio do Bolhão abriram esta quinta-feira para apresentar o primeiro curso profissional de circo no Norte. Inicia-se no próximo ano letivo, no polo de Famalicão da ACE Escola de Artes, e é o primeiro a ser criado fora de Lisboa.

O curso está a ser desenvolvido numa parceria entre o Instituto Nacional de Artes do Circo (INAC) e a ACE Escola de Artes e quer “preparar profissionais qualificados para desenvolver projectos de criação e interpretação nas artes do circo”, como se pode ler na página do curso.

O curso profissional, autorizado pelo Ministério da Educação, terá cerca de 20 vagas e uma duração de três anos. Como pré-requisitos é exigido o 9º ano de escolaridade e depois será agendada uma prova de seleção.

Bruno Machado, Bruno Martins, Liliana Moreira e Pedro Aparício fizeram a apresentação.

Bruno Machado, Bruno Martins, Liliana Moreira e Pedro Aparício fizeram a apresentação. Foto: Ana Jorge Teixeira

Vai ser dado em Famalicão e tem “uma razão de ser muito importante”, afirma Pedro Aparício, um dos diretores da Escola de Artes. “Em Famalicão, está criada uma rede ideal de parcerias para que o curso aconteça lá”, declarou.

A abertura do curso nasce da vontade de “expandir cada vez mais o circo contemporâneo nas programações dos teatros e festivais” e para combater a “falta de artistas”

É em Famalicão que está o INAC, “uma reputadíssima casa de formação e criação de circo e que é aqui um elemento absolutamente fulcral para este curso”. É, explica, graças aos professores do INAC, às suas instalações e aos seus equipamentos que muita da atividade curricular do curso vai acontecer. Portanto, “a presença do INAC é um elemento determinante da identidade do curso”.

Além disso, é nesta cidade que encontramos Bruno Martins, que vai ser o diretor de curso. O também responsável pelo Festival de Circo Contemporâneo Vaudville Rendez-vous e diretor da companhia de teatro Didascália, presente na apresentação, apontou para a falha da oferta formativa na área: “Ao pensarmos neste curso, pensamos também no contexto nacional ligado ao circo contemporâneo”.

O ex-aluno da ACE considera que há uma “série de festivais que têm aparecido e crescido nos espaços públicos” e que há também “uma vontade cada vez maior de teatros municipais, cineteatros… no sentido de programar cada vez mais espectáculos de circo contemporâneo”.

No entanto, “não existem obras suficientes” para que os “teatros possam programar artistas portugueses de circo contemporâneo. Então, recorrem sobretudo a projetos estrangeiros”, explicou. A abertura do curso nasce então da vontade de “expandir cada vez mais o circo contemporâneo nas programações dos teatros e festivais” e para combater a “falta de artistas”.

“Nós acreditamos que a criação deste curso vai ser um passo importante para o desenvolvimento e enriquecimento das artes e espetáculo em Portugal”, diz Pedro Aparício. Acrescenta ainda que o curso “vem combater a escassez e falta de formação nesta área”. Uma oportunidade ainda para “diversificar a oferta” e “criar hipóteses para mais pessoas que procuram estas formações”.

No cardápio da ACE Escola de Artes, este novo curso junta-se, assim, aos cursos de Interpretação no Porto e Famalicão, ao Curso de Luz, Som e Efeitos Técnicos e ao Curso de Cenografia, Figurinos e Adereços. Desta forma, a escola vai “provavelmente” tornar-se na “escola de artes de espetáculos do país com maior diversidade em termos de oferta”, diz Pedro Aparício.

Para encerrar a apresentação, foi preparada uma demonstração de circo da responsabilidade de quatro alunos do INAC.

Artigo editado por Filipa Silva