De início, ninguém diria que Lev Yashin ficaria celebrizado entre os postes. Reza a lenda que o jogador soviético terá deixado entrar um pontapé do guardião adversário no primeiro jogo pelo Dínamo de Moscovo. Depois do breve regresso ao hóquei no gelo, só em 1953, aos 22 anos, é que Yashin se impôs no clube da sua vida. Um ano depois estava na seleção da União Soviética, pela qual foi convocado para quatro Campeonatos do Mundo, embora só tivesse jogado em três deles.

Brilhante no Mundial de 1958, no qual a URSS atingiu os quartos de final, sofreu um golo de canto direto no torneio de 1962. Disseram que estava acabado, mas Lev voltou em força para liderar os soviéticos até ao quarto lugar do Mundial de 1966. Foi a melhor classificação do país na história do torneio, atrás de Inglaterra, Alemanha Ocidental e Portugal.

Em treze jogos mundialistas, Lev Yashin conservou quatro balizas virgens. Despediu-se em 1971 apelidado de “Aranha Negra”, por ter imposto o seu metro e oitenta e cinco sempre vestido de preto. Considerado pela FIFA o melhor guarda-redes do século XX, foi o único jogador daquela posição a conquistar a Bola de Ouro da France Football. Por estes dias assume protagonismo no cartaz oficial do Mundial da Rússia e batiza o prémio de melhor guardião da prova. Todos sabem que não houve comparação possível nas balizas.

“Almanaque Mundial” é um rubrica diária do JPN que mergulha em curiosidades da principal competição futebolística de seleções.